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Bolsonaro diz que suas correntes de Fake News são “liberdade de expressão”

Jair Bolsonaro se utilizou de um argumento um tanto quanto hipócrita para uma família que se ergueu politicamente em defesa das torturas, assassinatos e perseguição política da Ditadura Militar; afirmou que se tratava de “liberdade de expressão”.

terça-feira 28 de abril de 2020 | Edição do dia

Ao ser indagado por jornalistas no dia de ontem (27) sobre a investigação da Polícia Federal sobre esquemas de Fake News que podem conduzir à seu filho Carlos, Jair Bolsonaro se utilizou de um argumento um tanto quanto hipócrita para uma família que se ergueu politicamente em defesa das torturas, assassinatos e perseguição política da Ditadura Militar; afirmou que se tratava de “liberdade de expressão”.

"Meu Deus do céu. Isso é liberdade de expressão. Vocês deveriam ser os primeiros a ser contra a CPI das Fake News. O tempo todo o objetivo da CPI é me desgastar". Disse Bolsonaro, que chegou a misturar os temas para confundir, falando sobre as suas próprias contas oficiais nas redes sociais, que não vêm diretamente ao caso, já que seus esquemas são justamente na surdina com envolvimento de empresários e milhões de reais.

Os esquemas das notícias falsas foi uma dos pilares fundamentais na ascensão eleitoral de Bolsonaro, com empresários e milhões de reais envolvidos no disparo de mensagens contendo informações não só mentirosas como obscurantistas (não custa uma lembrança sobre as infames “mamadeiras de piroca”), essas mensagens são conhecidas como importantes pilares na formação ideológica inquisitória e conspirativa das bases reacionárias do bolsonarismo.

Há diversos relatos e denúncias de fontes de variados tipos (inclusive de bolsonaristas que romperam) sobre um gabinete “para-institucional” que seria comandado por Carlos Bolsonaro. Não é segredo de ninguém, às vezes até motivos de piadas, que há diversas denúncias de que o filho conhecido como “Carluxo” comanda as tropas de perfis falsos e ataques concentrados na Internet contra opositores do governo.

Contudo, em nome da eleição de Bolsonaro para aprovação de ataques, o esquema do disparo de Fake News foi “engavetado” pelo Judiciário (na época o TSE julgou o caso) no final de 2018. Após as eleições manipuladas que contaram também com a ajuda do STF para garantir que Lula continuasse preso e não prejudicasse a vitória dos golpistas, foi criado um inquérito em março de 2019 por Dias Toffoli sobre fake news que atingissem a “honra” dos golpistas autoritários da instituição. Na Câmara, em setembro do mesmo ano, foi aberto uma CPMI das Fakes News.

Dentro desta disputa entre diversos atores autoritários e golpistas, não há julgamento ou averiguação séria de fatos, mais se utilizam a lei para ameaçar adversários políticos quando convém ou, por outro lado, proteger os aliados. Assim o fez Bolsonaro para blindar seus filhos disputando com Sérgio Moro sobre o nome na PF, este tão pouco merece crédito já que não só foi cúmplice do seu chefe por mais de um ano no governo, como também foi uma figura chave em todo processo do golpe institucional em 2016 e nas eleições manipuladas de 2018. Do mesmo modo faz o STF e os deputados de uma das Câmaras mais reacionárias da história, que agora busca consolidar acordos com Bolsonaro para barrar um processo de Impeachment com a nova crise política aberta semana passada com as acusações de Sérgio Moro.

Como colocamos em nossas análises, o STF busca arbitrar e determinar o andar desta nova crise que se abriu. Celso de Mello confirmou a abertura de um inquérito sobre as declarações de Moro, por outro lado, o novo ministro da Justiça, André Mendonça, é conhecido por ter suas articulações com STF e as disputas políticas utilizando-se da investigação e arbítrio interessado na manutenção de seus interesses e também de todo este regime de exploração, se mantém.

O Judiciário não indica saída alguma para os trabalhadores que enfrentam as consequências da pandemia com suas vidas em risco pela falta de condições de proteção; além da redução salarial, suspensão de contratos e desemprego. É mais do que necessário uma alternativa independente deste golpistas e bolsonaristas que agora se mordem e assopram mas estiveram juntos até então para degradar direitos democráticos e atacar as condições de vida da população trabalhadora e pobre.

Confira nosso Editorial: Chamado à esquerda para construir um 1º de Maio classista e independente, pelo Fora Bolsonaro e Mourão

Sendo assim o Dia do Trabalhador no 1 de Maio neste sábado pode ser uma oportunidade para que a esquerda possa debater com os trabalhadores suas proposta de saída para crise sanitária, econômica e política do país, partindo da necessidade de derrubar esse governo. Algo elementar mas que sequer é ponto pacífico do ato unificado pelas 11 centrais sindicais, entre elas centrais golpistas e bolsonaristas. Menos ainda é ponto comum a necessidade de derrotar a reforma da previdência e a reforma trabalhista para que os trabalhadores possam enfrentar a crise econômica e sanitária, já que os principais articuladores desses ataques, como Maia, Toffoli, Dória e FHC, são convidados de honra deste ato.

Por isso insistimos que seria muito importante que a CSP-Conlutas e a Intersindical, assim como as organizações que compõe o PSOL e constroem essas entidades, e seus parlamentares, rompessem com esse ato unificado das Centrais e fizessem um chamado a um ato classista e independente pelo Fora Bolsonaro e Mourão, denunciando o caráter entreguista, privatizador e de reformas contra os trabalhadores desse ato unificado chamado pelas demais Centrais Sindicais.

Reiteramos esse chamado e se avançarmos para um 1º de maio independente nós do MRT e do Esquerda Diário colocaremos todas nossas forças pra realizar essa atividade em unidade.




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