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LUTA CONTRA BOLSONARO | Bolsonaro declara guerra aos estudantes: parar universidades e IFs dia 15 junto aos professores

Nos últimos dias, além dos ataques já conhecidos, Bolsonaro declarou guerra ao movimento estudantil e à educação de conjunto: cortes às universidades públicas e institutos federais por “balbúrdias”, ataque às ciências humanas e a continência do ex-capitão no twitter às perseguições do escola sem partido. Precisamos desde já preparar nossa resposta: no dia 15 de maio está sendo chamada uma paralisação nacional da educação e acreditamos que para ser efetiva é fundamental a aliança entre estudantes e professores.

Faísca Revolucionária@faiscarevolucionaria

sexta-feira 3 de maio de 2019 | Edição do dia

Depois dos já 5,8 bilhões de corte de orçamento à educação, das disputas entre olavistas e militares que permearam a queda de Vélez, e a nomeação de Abraham Weintraub, bem quisto por Olavo de Carvalho para cercar a educação com o obscurantismo, nos últimos dias, Bolsonaro e seu ministro renovaram a ofensiva à educação: declararam que iriam cortar investimentos aos cursos de filosofia e sociologia por não darem “retorno imediato”, divulgaram vídeo saudando a perseguição da secretária do PSL a uma professora em sala de aula, e que iriam cortar 30% dos orçamento da UNB, UFF, e UFBA por terem organizado “balbúrdias”, leia-se, eventos do movimento estudantil.

Ontem Bolsonaro estendeu esse ataque à todas universidades e institutos federais, e seu ministro fez chantagem dizendo que precisa destinar recursos ao ensino básico em detrimento do ensino superior, o que qualquer um sabe que é uma verdadeira demagogia. Basta ver os cortes de bilhões de reais à toda educação. Em São Paulo o PSDB de Dória leva adiante uma CPI das universidades estaduais paulistas, buscando abrir caminho para diferentes modelo de privatização do ensino. Professores da rede pública e estudantes das universidades e institutos estão na mira de Bolsonaro, porque ele sabe que para passar a reforma da previdência precisa tentar castrar os setores mais críticos da sociedade, que vieram mostrando disposição em se organizar contra seus ataques.

Agora, no próximo dia 15, está sendo chamada uma paralisação nacional dos professores contra a reforma da previdência, em que essa categoria pode ser de novo linha de frente desse combate, assim como foram no dia 22 de março. Mas outro dia, separado, também está sendo chamado pelas centrais sindicais, 14 de junho, uma política que isola os professores e não nos ajuda a reunir forças contra os ataques de Bolsonaro.

As centrais sindicais vêm sendo parte da enorme trégua a Bolsonaro, no 1º de Maio “unificado” em São Paulo, Paulinho da Força defendeu a Reforma da Previdência e Ricardo Patah da UGT disse contra a construção de uma greve geral, já CUT e CTB gritam “rumo à greve geral” mas não organizam assembleias nos locais de trabalho para que o dia de paralisação seja real.

Por isso, acreditamos que o dia 15 deve ser um dia de paralisação de todas as categorias e que o movimento estudantil tem como tarefa não deixar os professores sozinhos e também paralisar neste dia. Mas sabemos que a majoritária da UNE, com a política levada pelo PCdoB (que apoiou Maia na Câmara) e correntes do PT, que chegaram até mesmo a adiar a data do CONUNE para dias úteis em que jovens trabalhadores não poderão participar, representa um entrave à nossa organização. Para superar essa burocracia precisamos exigir assembleias em cada universidade dos nossos centros acadêmicos e DCEs e exigir que a UNE, enquanto entidade estudantil nacional, articule essas assembleias por todo país, já que não podemos aceitar qualquer divisão das nossas forças.

A tour de Boulos nas universidades, bem como todos os parlamentares do PSOL e as entidades estudantis onde dirigem, poderiam estar a serviço de desmascarar essa política que também é seguida pela UNE e defender uma verdadeira organização de base contra os ataques. Mas hoje cobrem pela esquerda essa estratégia, não se contrapondo a ela em nenhum espaço. É urgente que o PSOL coloque suas forças na construção da paralisação do próximo dia 15 junto aos professores, fazemos esse chamado a todos os militantes e simpatizantes desse partido para travarem junto conosco essa batalha em cada universidade e escola desse país. Nos inspiramos no exemplo dos estudantes do serviço social da UERJ, que mpulsionados pelo seu centro acadêmico, que nós da Faísca somos parte da gestão, paralisaram suas aulas no dia 14 e 22 de março lutando por justiça pela Marielle e contra a reforma da previdência. Agora rumo ao dia 15, eles novamente lançam um chamado a UNE e as Centrais Sindicais para organizarem esse dia nacional de luta pela educação, acompanhando diversas categorias que já demonstraram sua disposição de luta, com diversos indicativos de greve em professores, trabalhadores da USP e cursos de universidades como a PUC-RJ.

Qual movimento estudantil pode responder à ofensiva de Bolsonaro a educação?

Bolsonaro quer isolar os professores e às universidades do conjunto da população, para assim estabelecer uma correlação de forças mais favorável à reforma da previdência, para isso se utiliza dos discursos de que são todos militantes de esquerda, que usam dinheiro público promovendo balbúrdias.

Precisamos nos contrapor a esse discurso defendendo que a juventude tenha direito a se organizar e a promover eventos subversivos contra o conservadorismo dessa extrema direita asquerosa. Mas contra a política de isolamento de Bolsonaro é preciso defender não as universidades e institutos federais como são hoje, voltadas à uma minoria onde as empresas fazem o que querem, mas que atendam verdadeiramente às necessidades dos trabalhadores e do povo pobre.

Por isso, é necessário levantar o fim do vestibular e a estatização das universidades privadas, para que a juventude pobre e negra que tem que amargar dívidas para bancar suas matrículas possa ver porque defender a universidade pública, e também lutar para erguer outra universidade, em que a pesquisa científica seja livre das amarras do lucro capitalista e possa servir para resolver as grandes mazelas sociais. Defendendo processos estatuintes livres, soberanos e democráticos que possam colocar abaixo os estatutos e a estrutura de poder herdeira da ditadura militar, que é a principal responsável pela manutenção do extremo elitismo das universidades.

Ligamos isso à luta pelo não pagamento da dívida pública para investir num plano de obras públicas que busque resolver o problema gritante do desemprego, que atinge sobretudo a juventude, com a anulação da reforma trabalhista e da lei de terceirização irrestrita, defendendo a redução das horas de trabalho sem redução de salário. Defender o não pagamento da dívida pública também é lutar para ter aposentadorias dignas, se contrapondo às falácias dos que querem colocar a necessidade da reforma da previdência, além de lutar para que tenhamos recursos à educação.

Também ligamos à necessidade de um movimento estudantil que exija justiça por Marielle, contra o avanço do autoritarismo judiciário, pela liberdade imediata de Lula, contra os privilégios dos políticos e juízes, defendendo que eles sejam eleitos, revogáveis e recebam o mesmo salário que uma professora.

Para isso, precisamos construir um caminho que não repita a estratégia e programa de conciliação de classes do PT e do PCdoB, que nos seus anos de governo garantiu os lucros dos capitalistas e do agronegócio, manteve a subordinação ao imperialismo com o pagamento da dívida pública e fez acordos com a bancada BBB, que fortaleceram o golpismo e Bolsonaro.

Nós da Faísca lutamos em cada universidade para unificar nossas forças com os professores, e vamos exigir das nossas entidades assembleias bem construídas que possam servir para que os estudantes decidam que no dia 15 de maio vão estar juntos com os professores da rede pública, porque sabemos que esses estão sofrendo dia a dia com uma escola e uma educação cada vez mais precarizada, e porque se hoje são eles, amanhã seremos nós. Precisamos mostrar ao Bolsonaro qual “retorno imediato” podemos dar à sociedade quando a juventude se organiza junto aos trabalhadores, que é a possibilidade de derrotar seus planos.

É por uma juventude marxista e revolucionária que batalhe por um movimento estudantil anti-imperialista, que rechaçe a tentativa de golpe na Venezuela, anti-burocrático e anticapitalista que nós da Faísca e do Pão e Rosas queremos construir o dia 15 de Maio junto aos professores e chamamos todos os estudantes e coletivos que estejam abertos a dar essa batalha conosco a debater conosco como levar essas ideias ao CONUNE.




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