"Está muito bem a economia, graças a Deus", afirmou Bolsonaro em live nessa quinta-feira, 5, ao comentar o fraco crescimento do PIB de 1,1%.
sexta-feira 6 de março de 2020 | Edição do dia
Mas, a economia vai muito bem para quem?
Todos os dias 11,9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras saem às ruas à procura de um emprego, de uma ocupação. De tanto procurar e não encontrar soluções, 5 milhões de pessoas estão no desalento e já desistiram de procurar um emprego.
Aqueles que possuem alguma fonte de renda estão em postos precários e têm consciência de que nunca irão se aposentar, são quase 40 milhões de trabalhadores na informalidade, trabalhando na Uber, I-food, no comércio ambulante na rua, em trens, metrô e ainda tendo que driblar a repressão policial.
Enquanto isso, as reformas para descarregar a crise nas nossas costas seguem em curso. Recentemente João Dória aprovou com a tropa de choque reprimindo professores e servidores estaduais na ALESP a absurda reforma da previdência que vai nos fazer trabalhar até morrer. Essa é a situação da classe trabalhadora no Brasil.
Por outro lado, quem mais se beneficiou com essa situação de calamidade foram as instituições financeiras: as 5 maiores instituições financeiras do país tiveram alta de 30,3% nos ganhos em 2019 comparado ao ano anterior. O guru de Bolsonaro, Paulo Guedes, tem um banco e o lucro dele foi de mais de 3 Bilhões.
A agenda neoliberal de Guedes e Bolsonaro acentua cada vez mais esse contraste e de forma muito intencional. Não nos enganemos, se Bolsonaro fala que a economia vai muito bem, é porque vai muito bem para os empresários, industriais e banqueiros que o seu governo defende. Para a classe trabalhadora só restam os ataques e reformas que degradam sua condição de vida.
Os únicos setores que ganham com as reformas e privatizações de Bolsonaro são os capitalistas. A crise que eles tentam descarregar nas nossas costas foi criada pela burguesia mas não é nela que se encontra a solução. É urgente que os trabalhadores junto aos setores oprimidos combatam esses absurdos através da luta e levando em conta os interesses da maioria.
