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BRUTAL ASSASSINATO DE MARIELLE FRANCO | EDITORIAL: Basta de crimes policiais! Fora a Intervenção Federal! Marielle, presente!

O país se comoveu e se indignou com o assassinato da vereadora do PSOL no Rio, Marielle Franco, alvejada por vários tiros que também mataram seu motorista, Anderson Pedro Gomes.

quinta-feira 15 de março de 2018 | Edição do dia

Foto: Marcos Serra Lima/G1

Nós do Esquerda Diário e do MRT gritamos juntos com todos os familiares, amigos, e companheiros de luta e apoiadores: Marielle, presente! Eles querem calar a voz da esquerda que denuncia os crimes dos golpistas e do Estado, mas não passarão!

Novas vidas são tiradas no estado que vive uma profunda crise social e que tem como resposta do governo Temer, Pezão, Crivella e todos os golpistas, apenas a escalada da brutalidade e violência policial, agora com a intervenção federal do exército, levando mais violência para a já sofrida população carioca. A militarização só pode levar a mais mortes e repressão ao povo pobre e aos trabalhadores.

Não só a tristeza tem se expressado na população carioca e brasileira, mas também o ódio contra a polícia, contra essa intervenção federal e de como o Estado tem tratado a população trabalhadora, jovens, negros, mulheres e LGBTs no país. As universidades estão paralisando as aulas no RJ e vários estados do país diante desse caso, em locais de trabalho já vem se expressando enorme indignação, nas greves das categorias como professores e servidores de SP ou em Minas Gerais tem se colocado a questão nos carros de som, todos em repúdio a esse brutal assassinato.

A população trabalhadora e a juventude está com o grito engasgado e uma vontade enorme de reagir aos governos golpistas, que desferem ataques e militarizam a sociedade, medidas para descarregar a crise nas costas dos trabalhadores e que só vão aumentar a decomposição social e crimes bárbaros como esse. Precisamos combater fortemente a linha deles, de menos direitos, menos empregos, atraso de salários, menos serviços públicos... mais violência contra a população e discurso como se fossem garantir uma suposta “segurança pública”, mas na verdade o que querem é ganhar votos enquanto escorre sangue do nosso povo.

É isso que o assassinato de Marielle coloca em questão. Já todos tratam como claro que estamos diante de um caso de execução, um assassinato no qual o Estado e todos os apologistas do golpe reacionário em curso e do aumento da violência estatal no RJ são responsáveis. Vamos retomar o espírito de luta que teve todo o país quando assassinaram Amarildo, e construir uma luta ainda maior contra esse novo assassinato, que agora atinge uma mulher negra de esquerda.

Não dá pra fazer demagogia de “combate a violência” nesse caso, como vêm fazer os golpistas que agora cinicamente vêm chorar lágrimas de crocodilo. Marielle era vereadora pelo PSOL, nascida na favela da Maré e intelectual formada pela PUC-RJ. Em todos os jornais do país e muitos internacionais se repercute esse caso de assassinato, na medida em que Marielle é reconhecida por se posicionar contra a repressão policial e fazia parte das investigações sobre a intervenção federal. As vísceras do golpe e da intervenção federal estão mais do que escancaradas agora: assassinaram uma militante da esquerda pelas ideias que defendia e por denunciar as práticas da polícia e do exército. E ainda fazem demagogia propondo que a Polícia Federal "investigue" o caso, quando seu plano real é aprofundar ainda mais a repressão do estado que Marielle tanto denunciava, com a sua intervenção federal.

Aos mesmo tempo, a resposta parece estar se desenhando rapidamente, nas universidades, no enterro de Marielle com milhares de pessoas, e em dezenas de atos que estão sendo convocados. A esquerda deve atuar para coordenar as mobilizações e dar uma resposta da classe trabalhadora no centro do cenário nacional, com um programa e uma saída independente que nenhum governo golpista pode dar, para que esse caso não passe impune e se mostra a cara assassina do Estado e do capitalismo brasileiro. Só entrando em cena o movimento de massas, com a força da juventude e da classe trabalhadora, das mulheres e dos negros, poderá surgir um sujeito que pode resolver a enorme decomposição social e a crise em curso. Sem isso, ficaremos reféns de um lado do Estado assassino e de outro dos grupos do crime organizado privados e estatais.

Não podemos nos calar diante dessa morte, devemos encher os atos por todo o país, dar ampla visibilidade ao ocorrido e levar nosso grito, que deve ser claro.

Faremos justiça por Marielle ocupando massivamente as ruas, levando até o final a luta que ela travava.

Basta de crimes policiais! Fora a Intervenção Federal! Marielle presente!




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