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MARCHA BASTA DAS AFP | Basta das AFP: “Estamos ferrados por causa de José”

Milhares de pessoas marcharam em todo o Chile contra as AFP, Administradoras de Fundos de Pensões (instituições privadas de previdência) criada em 1980 pela ditadura militar do genocida Augusto Pinochet. Nos cartazes e nas musicas as denuncias se repetiam: contra a herança da ditadura, contra os corruptos e contra a roubalheira das AFP.

segunda-feira 25 de julho de 2016 | Edição do dia

Desde cedo as pessoas começaram a chegar nos pontos de encontro de cada cidade do país. Trabalhadoras e trabalhadores, avós, crianças e jovens estudantes saíram para manifestar contra o roubo e o obstáculo das AFP contra o povo trabalhador.

As musicas denunciavam as pensões milionárias dos policiais e militares, enquanto os trabalhadores que começaram a pagar um plano previdenciário há trinta ou mais anos recebem apenas 150 mil pesos chilenos (aprox. R$750) ou com sorte chegam receber 200 mil (aprox. R$1000).

Nos cartazes e musicas também se expressava a raiva contra a herança da ditadura (outra herança a mais que, junto com a educação, o sistema eleitoral binominal, a saúde e o plano trabalhista significou a perda de mais um direito dos trabalhadores).

Um dos gritos que se ouvia com força era: No Más AFP, No más AFP, estamos cagados por culpa de José (“Basta das AFP, Basta das AFP, estamos ‘cagados’ por culpa de José”). O ex-ministro da ditadura chilena, José Piñera foi um dos arquitetos do novo sistema previdenciário do país e do plano trabalhista ante-operário. Piñera foi quem prometeu que os chilenos seriam quase ricos com o que receberiam de pensões.

O certo é que hoje os adultos da terceira idade já aposentados estão cada vez mais pobres. No caso das mulheres, a situação é ainda pior. Mais de 90% das mulheres recebem apenas 150 mil pesos chilenos (aprox. R$ 750).

Acontece, que a “revolução” de Piñera foi uma revolução a serviço dos empresários, ricos e milionários. E para conseguir, usou-se da repressão, da tortura e da morte de trabalhadores e trabalhadoras.

A mobilização do último domingo (24) demonstrou o questionamento a mais um dos pilares da ditadura. É apenas um primeiro passo até derrubar todo o sistema atual das AFP.

Tradução e adaptação do espanhol: Cassius Vinicius




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