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TAXA DE JUROS | Banco Central eleva taxa Selic para 13,75%, maior nível em 9 anos

O Banco Central elevou nesta quarta-feira a taxa básica de juros do país (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 13,25% para 13,75% ao ano, seu maior nível em quase nove anos, com o argumento de combater a inflação.

quinta-feira 4 de junho de 2015 | 01:09

A taxa Selic não era tão alta desde agosto de 2006, quando estava em 14,25% ao ano.

A elevação do custo do dinheiro, que já era prevista pelo mercado, foi anunciada hoje após uma reunião de dois dias dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom), em um momento em que a inflação anual está em seu maior nível dos últimos 11 anos.

Esta foi a sexta vez consecutiva em que o Copom decidiu elevar os juros por considerar que uma política monetária mais restritiva é necessária para enfrentar o aumento dos preços.

Esta decisão que conta com o apoio de Dilma e de Levy, é parte de uma orientação neoliberal de supostamente “enfrentar” a inflação, encarecendo o crédito e reduzindo o consumo da população, enquanto, mesmo com umas das taxas mais altas de juros do mundo, a inflação dos produtos básicos e alimentos em geral continua crescendo e consumindo ainda mais os salários dos trabalhadores a cada mês, assim como as tarifas de serviços básicos, como luz, água e telefonia.

A medida procura encarecer o custo do dinheiro, restringir o crédito e diminuir o consumo para conter a alta dos preços, apesar de também tornar mais caro o crédito para investimentos, em um momento em que o país caminha rumo à recessão econômica, com a queda no PIB e na produção industrial.

O Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 0,2% no primeiro trimestre e a projeção é que volte a cair no segundo trimestre, o que configurará tecnicamente uma recessão.

O país cresceu apenas 0,1% no ano passado e até o governo prevê que a economia sofrerá uma contração de 1,2% este ano.

A meta inflacionária do BC é de 4,5% ao ano, com 2 pontos para mais ou para menos de tolerância. Esta meta de inflação longe de ser uma preocupação com os trabalhadores e seu custo de vida, é uma preocupação do governo em manter as taxas de rentabilidade dos investimentos financeiros dos capitalistas.

Os economistas dos bancos preveem para este ano uma inflação de 8,39%, acima meta prevista pelo governo e quase dois pontos percentuais acima da máxima tolerada pelo Banco Central.

O aumento na taxa de juros junto aos cortes nos gastos sociais e nos direitos dos trabalhadores como medidas de ajuste dos governos estaduais e municipais é uma forma de empurrar a crise para o conjunto dos trabalhadores e ainda drenar recursos dos impostos para o exterior, para encher os bolsos dos capitalistas estrangeiros. O que pouco se diz é que a cada aumento da taxa Selic, nossa dívida pública fica mais cara e o aumento nos juros encarece produtos e indiretamente este custo será, em boa parte, repassado aos trabalhadores, que terão seu custo de vida mais caro ao mesmo tempo em que os salários pouco ou nada aumentam.

Os capitalistas repassam estes custos do aumento dos juros (que encarecem seus financiamentos) nos preços aos consumidores, além disso, encarecem empréstimos e outras transações nos bancos, o que serve para aumentar ainda mais o endividamento das famílias no país, mas ao mesmo tempo, aumentam os lucros dos bancos.

Como viemos denunciando no Esquerda Diário, o ajuste fiscal do governo, do qual o aumento da taxa de juros também é parte na medida em que ocorre para tentar reduzir as taxas de inflação, não trará qualquer benefício aos trabalhadores e a população mais pobre, pelo contrário, irá retirar empregos, salários e direitos para que os lucros e os ganhos do capital estrangeiro (na forma dos juros da dívida pública) sejam priorizados.

EsquerdaDiário\EFE




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