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Na noite desta quarta, 17/02, bancários da oposição se reuniram em São Paulo para discutir medidas de luta contra o PLS 555, que prevê a abertura de capital das empresas públicas nacionais.

sábado 20 de fevereiro de 2016 | 13:08

Embora seja um projeto de lei do PSDB, o conteúdo conflui diretamente com o nível de ajuste que o governo Dilma/PT pretende aplicar, com a diferença de que com este PLS 555, o ônus político frente aos trabalhadores ficaria com a oposição de direita ao seu governo.

No entanto, ainda assim as direções governistas de CUT/CTB, que estão nas principais categorias afetadas por este PLS, estão desaparecidas dos locais de trabalho para organizar uma luta à altura deste ataque. Tamanho é o nível de desaparecimento das direções sindicais que a maioria dos trabalhadores sequer sabe o que está acontecendo. Ou seja, o silêncio de CUT e CTB nas bases ajuda a preparar o cenário do ataque aos trabalhadores sem organizar os meios para sua defesa.

Na Caixa, já está em curso uma série de reestruturações internas e corte de pessoal com um novo Plano de Aposentadoria, enxugando ainda mais o já insuficiente quadro de funcionários, preparando o terreno em direção a uma maior “eficiência” perante às necessidades de mercado. Na reunião também foi ponto de discussão a situação no Banco do Brasil, que já é uma empresa de economia mista e que mostra bem os rumos que essas reestruturações podem tomar.

Para Juliana Donato, representante eleita dos trabalhadores no Conselho Administrativo do BB,
"O profundo processo de reestruturação que está acontecendo neste momento no Banco do Brasil é a aplicação do ajuste fiscal dentro de um banco público que, diga-se de passagem, lucra bilhões todos os anos. Sob o pretexto de ser um banco mais eficiente, muitos colegas estão perdendo seus postos de trabalho, tendo sua remuneração diminuída pela metade, ou sendo praticamente obrigados a mudar de cidade de uma semana para outra. A política do governo Dilma para o BB é transformá-lo cada vez mais em um banco de mercado, abandonando seu papel de servir à maioria da população brasileira, a classe trabalhadora. Alertamos a todos os trabalhadores das estatais, especialmente da CEF: precisamos nos organizar para defender os colegas do BB e para impedir que o que acontece hoje lá se repita em outros locais."

Thais Oyola, delegada sindical da Caixa: “Esta reunião, assim como outra que já ocorreu, é um espaço importante pra discutir as medidas concretas que podemos ter para nos enfrentarmos com a falta de informação e o silêncio das direções do nosso sindicato. Não adianta ficar fazendo comitê de defesa das estatais só com os dirigentes liberados, que já não sabem faz tempo qual é a realidade dos locais de trabalho. Assembleias precisam ser chamadas em todo o país para que a categoria possa organizar seus métodos de enfrentamento, seja com atos de rua, paralisações, atraso em abertura de agências, ou outras medidas que os próprios bancários possam propor e que possam unificar a luta com as demais categorias afetadas.

Temos que nos inspirar no clima de luta instaurado pelos trabalhadores metalúrgicos da fábricaMABE, da Mecano Fabril em Osasco e das mulheres trabalhadoras terceirizadas da Higilimp.




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