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RACISMO | Baltimore: suspenso estado de emergência

quinta-feira 7 de maio de 2015 | 00:06

O governador de Maryland, Larry Hogan, suspendeu nesta quarta-feira o estado de emergência em Baltimore e ordenou a retirada dos três mil soldados da Guarda Nacional e outros mil agentes enviados à cidade para reprimir os protestos da juventude contra a morte de um jovem negro que estava sob custódia policial e morreu após ser hospitalizado com uma lesão na medula espinhal.

"Hoje temos o prazer de anunciar que a cidade e seus moradores podem começar a se reconstruir em um ambiente pacífico e seguro", disse o governador republicano, ao agradecer os líderes comunitários e religiosos, mas sem tocar nos problemas centrais e estruturais que faz Baltimore arder: a violência policial, falta de moradia digna, falta de trabalho, precarização da vida e encarceramento massivo.

Com o fim do estado de emergência, começa a retirada gradual dos mil policiais estaduais vindos de estados vizinhos, como Pensilvânia ou o Distrito de Columbia e dos três mil agentes da Guarda Nacional, uma força militar de reserva que costuma se mobilizar nas chamadas “catástrofes naturais” e em casos de mobilização e manifestações.

Na nota, o governador anunciou que o estado de Maryland, onde fica Baltimore, investirá US$ 20 milhões de seu fundo de emergência para “reparar os danos ocasionados pelos saques, incêndios e distúrbios”, mas não cita investimentos nas áreas econômicas e sociais e fecha os olhos para a profunda situação de desigualdade em que vivem os negros e pobres também nessa região.

Este domingo, a prefeitura de Baltimore anunciou a suspensão do toque de recolher, instaurado durante seis dias e que obrigou todos os moradores da cidade a ficarem em suas casas entre as 10 da noite e as 5 da madrugada.

Além disso, a prefeita de Baltimore, Stéphanie Rawlings-Blake, pediu hoje ao Departamento de Justiça que investigue "os padrões e práticas" dos agentes, para verificar se eles usam práticas discriminatórias ou guiam seu comportamento por um padrão de uso excessivo de força.

Na sexta-feira, a promotoria do estado de Maryland anunciou o indiciamento de seis agentes pela morte de Gray.

De forma paralela à investigação da promotoria estadual, o Departamento de Justiça abriu uma investigação para checar as denúncias de que os agentes violaram os direitos civis do jovem e se guiaram por preconceitos raciais quando o detiveram e o colocaram em um furgão policial, onde sofreu uma grave lesão de coluna.

Acredita-se que Gray foi submetido à prática conhecida como o "passeio do cowboy", em que os detidos são transferidos, sem cinto de segurança, na cela metálica do veículo entre freadas fortes e giros bruscos para que se machuquem.

Fonte: EFE/ ED




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