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CAMPINAS | Bairro em Campinas é cercado e impede acesso ao espaço cultural "Casarão"

terça-feira 13 de julho de 2021 | Edição do dia

Imagem: reprodução

Nesta manhã de terça-feira (13), imagens e vídeos de uma construção sendo realizada no bairro Terras de Barão, em Barão Geraldo, ganharam repercussão em Campinas. A construção estava sendo feita para fechar o bairro, com portões, cercas e guaritas sendo instaladas, uma espécie de Cinturão de Segurança que impossibilita o acesso ao Centro Cultural Casarão, localizado nesse bairro e sendo um dos poucos espaços públicos de cultura na cidade.

Essa decisão foi tirada da Associação de Proprietários, mas vários moradores, tanto os que são pertences à Associação quanto os que não são, se posicionaram contra. Uma moradora ainda deu o relato: ““Porém, na assembleia (que foi votado o projeto) foram 79 votos a favor do projeto e 39 contra. Só que nós somos 712 moradores no residencial.”

Ou seja, uma medida sendo imposta por uma minoria e por proprietários para restringir o acesso a um bem público, que pertence à população de Campinas. De acordo com a prefeitura de Campinas, existem por volta de 100 locais na cidade com esse tipo de configuração de “segurança”, que, na realidade, não resolve um problema social tão complexo quanto a segurança pública. Sendo uma resposta simplista do mercado imobiliário para os bairros nobres, o Cinturão de Segurança, em seus fins últimos, serve para afastar pessoas indesejadas, isto é, muito próximo de um higienismo que só acarreta maior desagregação social por interferir na circulação de pessoas no local.

Antes da pandemia, o Casarão organizava diversas atividades socioculturais e recebia diferentes setores da população, como a juventude e a classe trabalhadora que podiam desfrutar desse espaço de lazer e cultura de maneira gratuita numa cidade que carece profundamente de espaços assim.

A desvalorização da arte e da cultura, que vemos materializada ao máximo no governo Bolsonaro, também se manifesta na cidade. Com o bastão da prefeitura sendo passado de Jones Donizetti (PSB) para Dário Saadi (Republicanos), Dário dá continuidade a um governo que descarrega a crise capitalista nas costas dos trabalhadores, precarizando cada vez mais nossas vidas com retirada de direitos e retrocedendo em investimentos na área cultural.

Com o rechaço a essa medida de hoje, manifestantes conseguiram suspender a obra por enquanto, mas há uma nova reunião na quinta-feira para que se possa decidir sobre o cercamento do bairro. Tal como os artistas da cidade que vieram se mobilizando contra esse absurdo, organizando inclusive um abaixo-assinado, devemos nos contrapor frontalmente também e exigir o direito de livre acesso à cultura!




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