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GREVE NA USP | Avançar na construção da mobilização e da greve entre os estudantes da USP

Estudantes aprovaram greve em diversos cursos da USP. O desafio agora é avançar para construir uma forte mobilização entre estudantes, trabalhadores e professores, para lutar contra o projeto golpista de país que ataca a educação e a classe trabalhadora de conjunto.

terça-feira 5 de junho de 2018 | Edição do dia

Durante o dia de ontem, segunda (4), estudantes de Letras, Filosofia, Geografia, Arquitetura e Urbanismo (FAU), e Artes Cenicas da USP aprovaram greve imediata em seus cursos a partir desta terça-feira, se somando aos professores da universidade, que aprovaram greve também na assembleia da Adusp ontem no fim da tarde.

Os estutandes aprovaram pautas como Permanência Estudantil, contratação de mais professores e funcionários, pela efetivação de todos os terceirizados sem necessidade de concurso público, pela defesa do Hospital Universitário, contra o arrocho salarial, e estão se colocando como parte da mobilização que acontece nas três estaduais paulistas. Além desses cinco cursos, outros aprovaram também paralisações e seguem indicativos de greve para serem discutidos em novas assembleias.

Hoje (06) às 17h30 vai acontecer uma nova Assembleia Geral dos Estudantes, e se coloca como necessidade nesse momento votar um plano concreto de como avançar com a mobilização, tanto nos cursos que já aprovaram greve, quanto nos que foi aprovada paralisação, ou que seguem tendo aula normalmente. No sentido de entender como a luta em curso na USP nesse momento é parte da luta contra os ataques que estão acontecendo a nível nacional, pelas mãos do governo golpista de Temer, mas também de outros governos, como o governo Pimentel (PT) em Minas Gerais, que já tem histórico em repressão de mobilizações pela educação. É fundamental enxergar essa greve na USP como parte de uma batalha nacional e que deve caminhar no sentido de ampliar a mobilização estudantil, em conjunto com os trabalhadores e professores da universidade.

Odete Cristina, estudante de Letras, deu uma declaração para o Esquerda Diário no início do dia de greve na USP: "Enquanto o reitor e a burocracia academica vão até a Alesp pedir aumento no teto dos seus super-salários, oferecem arrocho salarial para professores e funcionários e negam bolsas de permanência estudantil para toda demanda. Mais do que nunca é necessário fortalecer nossa mobilização e ampliar a construção nos cursos.O DCE precisa organizar em cada curso assembleias e reuniões para debater as nossas demandas. O que para nós passa por lutar lado a lado com professores e funcionários contra o arrocho salarial, por permanência estudantil para todos, pela revogação da PEC do fim da USP, pela reabertura da creche oeste e aplicação da verba de 48 milhões destina ao HU, para que ele volte a atender toda população da região. Devemos com a força da nossa mobilização exigir a também a abertura imediata do livro de contas, pq não podemos aceitar que o dinheiro da população seja para os privilégios dos burocratas e não para a contratação de mais funcionários e professores, para garantia da permanência e do salário digno. É possível enxergar nacionalmente a política traidora do PT, que também está a frente da direção da nossa entidade, quando traíram duas greves gerais deixando passar a reforma trabalhista, não organizando de fato a luta contra o golpe e os avanços bonapartistas do judiciário, como na prisão arbitrária do Lula, que visam retirar o direito da população decidir em quem votar. Vimos como tudo isso impôs uma paralisia e desmoralização da classe operária e da juventude, abrindo espaço para que a direita pudesse se fortalecer como aconteceu frente a crise dos combustíveis, com o bloqueio promovido pelos caminhoneiros incentivados pelas patronais dos transportes e do agronegócio, que culminou numa pressão ao governo por parte dos patrões, e numa política de subsídios que se baseia no governo retirando investimentos para direitos sociais, e diretamente investimentos para a educação, como o repasse do ICMS para as universidades públicas, e na traição da greve da Petrobrás. Por tudo isso que precisamos tomar essa mobilização em nossas mãos, construindo um forte comando pela base, massificando em cada curso, defendo um programa que rompa com essa subordinação aos interesses imperialistas, se colocando abertamente contra a reforma trabalhista, como fizeram os professores e estudantes das escolas particulares, contra as privatizações e os cortes do governo golpista de Temer. Devemos com nossa mobilização retomar o espírito do estudantes em maio de 68 que questionaram profundamente como conhecimento produzido dentro das universidades estava a serviço dos grandes interesses imperialistas e se propuseram a superar as burocracias no interior do movimento para lutar lado a lado com a classe trabalhadora por uma universidade que esteja a serviço dos trabalhadores e de toda população."




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