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ECONOMIA | Auxílio Emergencial: disputas, orçamento e provável redução do valor

O Auxílio Emergencial criado excepcionalmente na pandemia devido as quarentenas e o isolamento social foi uma medida aprovada sob enormes disputas, mas com um objetivo claro: evitar uma explosão social sob os efeitos da crise sanitária e econômica no país. Bolsonaro que utiliza de um discurso demagógico para os setores mais precários e informais, sabe que seu apoio depende da continuidade do auxílio, mas agora propõem que seja de apenas R$400,00. Enquanto segue honrando a dívida pública que enche o bolso dos banqueiros e capitalistas estrangeiros.

terça-feira 16 de junho de 2020 | Edição do dia

Após as 3 parcelas do auxílio emergencial que excluiu uma enorme parcela da população enquanto diversos militares eram aprovados, o governo está debatendo uma proposta de que o auxílio emergencial seja pago em mais duas parcelas que tramita entre o governo e a câmara. Enquanto hoje mais de 2,4 milhões vão receber pela primeira vez o auxilio, Guedes inicialmente queria que valor fosse reduzido para irrisórios R$ 200 reais, deixando que os trabalhadores passem fome junto com seus familiares, uma demonstração do seu ódio contra o povo pobre e negro que depende do benefício.

Sabendo do caos que esta proposta pode gerar, Bolsonaro propôs uma redução menor, de R$ 400, não menos revoltante. Já que o valor de R$600,00 já era insuficiente para manter condições básicas para uma família brasileira, ainda mais num momento de pandemia que se faz necessário uma boa alimentação para garantir a resposta biológica contra o vírus. Um valor desproporcional considerando que a média salarial de um trabalhador brasileiro é de R$ 2 mil.

Com o preço da alimentação mais cara, quem sofre mais são os mais pobres, que tem que "se virar" para conseguir pagar as contas, alimentação, aluguel e todo o resto para sustentar sua família em meio a pandemia. Os que sofrem com o coronavírus são os trabalhadores pobres, em especial os negros que estão nos postos mais precários e continuam trabalhando na pandemia.

O governo usa o auxílio como demagogia de sua política reacionária ao mesmo tempo que não tem interesse nenhum na população e nos trabalhadores. Na verdade, as recentes medidas em acordo com o congresso, liderado por Rodrigo Maia, como a MP 936 e a MP 927, tem como objetivo efetivar a reforma trabalhista para piorar as condições de trabalho em meio à pandemia, como observamos com o aumento gigantesco dos serviços de entrega, terceirização e as demissões. Essas MP, que seriam temporárias, cada vez mais mostram os interesses de reestruturar o mercado de trabalho à serviço do lucro e da exploração capitalista, cada vez mais intensa. Medidas que possibilitam a redução de jornada e de salário, mostrando que o que querem é manter os lucros dos grandes bancos e empresas. 

Somado a isso, está o fato do próprio atraso e dificuldade para o pagamento do auxílio emergencial, tendo família que ainda estão recebendo a primeira parcela do benefício. Enquanto isso, Bolsonaro e Paulo Guedes seguem fiéis pagando a dívida pública, uma dívida ilegal, ilegítima e fraudulenta que drena os recursos nacionais para os grandes investidores privados.

Contra a demagogia do governo com o auxílio emergencial, defendemos uma ajuda de no mínimo R$ 2 mil reais para cada trabalhador, um valor que é a média salarial do país, que deve ser acrescido de outras políticas como a suspensão do pagamento das contas de luz, água, internet e aluguel, como medidas emergenciais para preservar as condições de vida das pessoas. Para pagar esse valor, contra o discurso da crise orçamentária e a lei de Responsabilidade Fiscal, defendemos o não pagamento da dívida pública contrapondo os interesses dos trabalhadores com o dos capitalistas.

Essa dívida pública é um mecanismo que condiciona toda nossa economia que poderia servir justamente para fazer todo o necessário para combater os efeitos da pandemia nos setores mais precários da sociedade. Junto com o não pagamento da dívida pública, defendemos a estatização do comércio exterior, controlado por poucas empresas, para evitar a fuga e a entrada de capitais especulativos no país que tem como único objetivo drenar nossas riquezas. Bem como um banco único, centralizado sob gestão dos próprios trabalhadores, que pudesse oferecer crédito barato as famílias, juntamente com o perdão da dívida de milhões de trabalhadores que se vêem cada vez mais sem saída diante da crise.




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