×

RACISMO | Ator de "Quarteto Fantástico" sofre racismo por ser escolhido para papel de Tocha

quinta-feira 28 de maio de 2015 | 04:19

Ator Michael B. Jordan, o Tocha Humana do movo filme da Marvel, escreve carta respondendo as ofensas racistas que recebeu após ser confirmado para o papel do filme sobre o Quarteto Fantástico, que estréia em agosto.

Personagem criado por Stan Lee em 1961, o Tocha Humana faz parte do grupo conhecido por Quarteto Fantástico, que é formado por 4 cientistas que em uma ida ao espaço tem seu DNA modificado e ganham "habilidades especiais": o Senhor Fantástico/ Reed Richards consegue esticar e contrair seu corpo como se fosse feito de borracha, o Coisa/ Ben Grimm tem seu corpo transformado em pedra e ganha força e resistência sobrehumanas, a Mulher Invisivel/ Sue Storm além da invisibilidade pode projetar campos de força e o Tocha Humana/ Johnny Storm faz com que seu corpo inteiro pegue fogo e possui a habilidade de voar. Originalmente todos estes personagens eram brancos e inclusive Sue e Johnny são irmãos na trama original, o que deixou vários fãs irritados com a mudança de etnia. O problema é que essa irritação se transformou em racismo. No Brasil, na data do anúncio de Michael B. Jordan como Tocha Humana gerou indignação e uma enchurrada de ofensas racistas contra ele.

Veja a resposta do ator sobre os casos de ofensas e comentários gerados pela sua escalação no papel que circularam na internet:

"Ninguém deveria acessar a Internet ao ser escalado para viver um super-herói. Mas, depois de conseguir o papel de Johnny Storm em Quarteto Fantástico – um personagem originalmente escrito de cabelo loiro e olhos azuis –, eu quis checar o pulso lá fora. Eu não queria ser ignorante a respeito do que as pessoas estavam dizendo. Acontece que era assim que elas estavam se manifestando: "Um cara negro? Eu não gosto disso. Eles devem estar fazendo isso porque Obama é presidente" e "Não é fiel aos quadrinhos" ou até mesmo "Eles destruíram [o Quarteto Fantástico]!"

Isso incomodou, mas não incomoda mais. Eu entendo o ponto de vista de todo mundo, e sei que não posso pedir que o público esqueça 50 anos de uma história em quadrinhos. Mas o mundo é um pouco mais diversificado em 2015 do que Quarteto Fantástico foi lançado, em 1961. Além disso, se Stan Lee escreve um e-mail para o meu diretor dizendo "Você é bom. Eu aprovo", quem sou eu para me opor a isso?

Algumas pessoas podem enxergar a minha escalação como correção política ou uma tentativa de atender a uma cota racial, ou mesmo como parte do ano do "Cinema Negro". Ou poderiam olhar para isso como sendo uma escolha criativa do diretor, Josh Trank, que, aliás, vive um relacionamento interracial – um reflexo de como a família moderna é hoje.

Esse é um filme de família sobre quatro amigos – dois dos quais, eu e Kate Mara como minha irmã adotiva – que se reúnem por conta de uma série de acontecimentos infelizes para criarem unidade e formarem uma equipe. Essa é a mensagem do filme, se é que as pessoas irão permitir-se a ver isso.

Às vezes você tem que ser a pessoa que se levanta e diz: "Eu serei aquele que vai lidar com todo esse ódio. Vou levar esse peso pelas próximas duas gerações." Eu trouxe essa responsabilidade para mim. As pessoas estão sempre olhando para as outras em termos de raça, mas talvez, no futuro, nós não falemos mais tanto nisso. Se eu estabelecer um bom exemplo, talvez Hollywood comece a considerar mais pessoas de cor em outros papéis de destaque, e talvez possamos chegar às pessoas presas à mentalidade de que "tem que ser fiel à história em quadrinhos". Talvez a gente consiga chegar até eles.

Aos trolls da Internet, eu gostaria de dizer: Tirem suas cabeças do computador. Saiam de casa e deem uma volta. Olhem para as pessoas que caminham ao seu lado. Olhem para os amigos dos seus amigos e com quem estão interagindo. E entendam que este é o mundo em que vivemos. Tudo bem gostar dele."

Deixamos aqui nosso apoio ao Michael B. Jordan.


Temas

Negr@s



Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias