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BRIZOLA NETO NO PSOL | Ato em Porto Alegre: Brizola Neto no PSOL

segunda-feira 19 de outubro de 2015 | 20:28

Nesta sexta-feira 16 de outubro foi realizado no plenarinho da assembleia legislativa um ato de homenagem a entrada de Brizola Neto no PSOL. Com a participação de Luciana Genro, Pedro Ruas e inclusive da juventude do PDT.

Além de Luciana Genro, Pedro Ruas e do próprio Brizola Neto, estavam presentes no ato a vereadora do PSOL Fernanda Melquiona, Roberto Robaina, dirigente nacional do MES, o presidente do PSOL carioca e representantes de entidades estudantis e sindicais dirigidas pelo PSOL em Porto Alegre.

Abrindo as falas, Pedro Ruas se disse emocionado, “que conhece Leonel desde pequeno” e que é uma honra receber Brizola Neto no PSOL, representante da “vertente brizolista” e que “somos herdeiros das melhores lutas dos povos brasileiros”.

Aprofundando essa reivindicação histórica do brizolismo, Roberto Robaina reivindicou a campanha da legalidade de 1961, que o velho Brizola encabeçou em 1961 em defesa da posse de João Goulart, com o apoio inclusive dos generais do III exército, como uma “grande revolta popular”. Para ele a vinda de Brizola Neto ao PSOL, como “representante do brizolismo combativo” reafirma “o acerto da projeto político e partidário do PSOL”.

Luciana Genro reivindicou também o Brizola de 1961, “como o governador do Rio Grande do Sul que a gente mais admira pela campanha da legalidade de 1961” e que “essa tradição representada pelo Brizola Neto é um grande fortalecimento para o PSOL”. Se referiu também a ruptura de Clécio e de Randolfe, como “companheiros que saíram do PSOL em busca de alianças mais amplas” e nesse sentido ressaltou “a coragem de Brizola ao vir para o PSOL” que teria tido “a mesma coragem do velho Brizola ao enfrentar a rede Globo”. Terminou sua fala defendendo que essa tradição brizolista “deve ser fortalecida no PSOL, quem sabe com a vinda da deputada estadual Juliana Brizola que estamos tentando conquistar”.

Fernanda Melquiona foi mais além na sua fala. Definiu o PSOL como a confluência “da esquerda oriunda do PT, companheiros do PSB como Fúlvio Petraca e o Pedro Ruas e a tradição do brizolismo radical”. Reivindicou não só o Brizola nos anos 1960, mas o Brizola dos anos 2000 que se colocou contra a reforma da previdência.

Brizola Neto foi o último a falar, mostrando um pouco do conteúdo da corrente brizolista. Começou defendendo a história dos militares legalistas “que tem que ser resgatada pelo PSOL, que quando chegar a presidência essa história vai ser passada a limpo. Para Brizola Neto “o trabalhismo foi o primeiro movimento em defesa dos trabalhadores da história do Brasil”. Segundo ele a principal luta do Brizola foi para melhorar os termos de troca do comércio exterior do Brasil, que exporta produtos baratos e importa produtos caros. Uma luta que nada tem de socialista, mas isso não o impediu de concluir dizendo que “o nacionalismo popular revolucionário de Brizola estava ancorado numa plataforma socialista”.

Nenhuma crítica ao governo Dilma e a Lula, nenhuma critica sequer ao atual PDT, com o qual Brizola Neto rompeu defendendo um suposto PDT das origens, mas que na realidade rompeu por disputas com Carlos Lupi pelo controle do partido. Uma defesa completamente sem críticas de Brizola, Brizola Neto e do brizolismo. Essa falta de críticas até mesmo ao governo Dilma e a Lula não foi um esquecimento, nem uma ausência pontual. É que ao participar de uma frente, Povo Sem Medo, com setores governistas o PSOL tem abandonado qualquer critica direta a esse governo. Também não pode criticar duramente os setores que rompem com o PSOL, por que o próprio MES de Luciana Genro busca também “alianças mais amplas”, como ficou demonstrado neste ato.

Porém, por mais que Brizola Neto diga que seu pai estava ancorado em uma plataforma socialista, isso não passa de uma grande mistificação que Brizola Neto faz para justificar sua entrada no PSOL. Mesmo no seu momento mais combativo na década de 1960, Brizola nunca esteve ancorado em uma plataforma socialista e nunca se colocou como objetivo a organização dos trabalhadores, que não a toa não estiveram representados na mesa do ato e sequer foram citados nas falas. Nas disputas da década de 1960 representava uma tendência burguesa nacionalista que evitava que surgissem entre os trabalhadores tendências a independência de classe. Quando o PT surgiu, um dos seus slogans era por um partido dos trabalhadores “sem patrões e sem generais”, mas agora o PSOL de Brizola Neto vai se propor a resgatar a história dos generais legalistas (os generais legalistas foram aqueles que em 1961 defenderam a posse João Goulart, muitos dos quais em 1964 apoiaram o golpe militar).

Apesar de estar fora do PT, Lucina Genro, Roberto Robaina e os dirigentes do MES ao receber com todo esse entusiamos a entrada de Brizola Neto no PSOL e reivindicar com tanta força o brizolismo demonstram que estão buscando cada vez mais um PSOL de braços abertos para políticos petistas e de outros partidos burgueses. Não é possível construir um partido socialista e que defenda de forma consequente a luta dos trabalhadores, trazendo para dentro desses correntes políticas burguesas que nada tem de haver com a luta dos trabalhadores e sem romper até o fim com a tradição petista e resgatar o classismo dos operários que o construíram no seu inicio.


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PSOL    Política



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