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MULHERES | Ativista é condenada por participar de performance na Marcha das Vadias

terça-feira 23 de maio de 2017 | Edição do dia

Foto: Oliver Kornblihtt – Mídia NINJA | CC BY-NC-SA 2.0

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou, na quarta-feira passada (17/5), o recurso movido a favor da ativista Roberta da Silva Pereira, condenada em julho de 2016 a três meses de prisão, convertidos em multa de R$ 1 mil. Roberta é acusada de “ato obsceno em lugar exposto ao público” por ter exposto os seios durante a Marcha das Vadias em Guarulhos em 2013.

A ação movida contra Roberta é um claro ato de repressão política, de conteúdo machista que criminaliza a manifestação pública e a liberdade de expressão. Em uma sociedade que objetifica o corpo da mulher, seja através dos meios de comunicação de massas, seja através da violência sexual, a utilização da nudez em meio a manifestação pública é um ato político recorrente e legítimo. O artifício da nudez por parte das mulheres como forma de protesto é utilizado em todo o mundo e tem como objetivo criticar a dominação do corpo da mulher, desconstruir os esteriótipos machistas da imagem feminina e recolocar a mulher como sujeito e dona de seu próprio corpo.

A criminalização desta prática abre um precedente para reprimir mulheres em todo o Brasil em meio a um momento histórico onde a luta das mulheres contra opressão se desenvolve mundialmente como um fenômeno político e social. Todos os anos são centenas de manifestações políticas contra a violência a mulher. A ação criminal contra Roberta é a consolidação do machismo institucional do Estado brasileiro.
A defesa de Roberta irá levar o caso para Supremo Tribunal Federal por considerar que as decisões judiciais do processo violam princípios constitucionais.

Nós do Esquerda Diário nos solidarizamos e estamos do lado de Roberta de todas as mulheres contra o machismo e a opressão.




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