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UNICAMP | Assembleia do CACH-Unicamp exige que DCE organize a luta por Marielle

Em assembleia da última quinta-feira (22), estudantes de Ciências Sociais e História manifestaram apoio aos professores municipais de São Paulo em greve e votaram uma exigência a que o DCE da Unicamp, dirigido pelo grupo Apenas Alunos e UJS, organize a luta por justiça à Marielle.

segunda-feira 26 de março de 2018 | Edição do dia

Na última assembleia do CACH (Centro Acadêmico de Ciências Humanas), a partir de propostas da chapa minoritária da gestão proporcional da entidade, "Uma flor nasceu na rua", composta por membros da juventude Faísca e independentes, estudantes de Ciências Sociais e História votaram seu apoio aos professores municipais de São Paulo e uma carta em exigência ao DCE Unicamp, gerido pelo grupo Apenas Alunos e UJS (juventude do PCdoB), para que organizem a luta por justiça à Marielle desde a assembleia geral.

Como apontamos aqui, o DCE, entidade que deve ser ferramenta de organização de todos os estudantes da Unicamp, hoje se recusa a organizar a luta por Marielle, ao mesmo tempo em que, passando por cima dos estudantes, impõe parceria da entidade com empresas de Barão Geraldo, como Mc Donald’s, impedindo qualquer independência política e financeira da entidade.

Confiram a nota de exigência publicada pelo CACH:

"Marielle, presente!" foi o grito que ecoou no Brasil e no mundo todo após a execução da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), mulher negra, lésbica e socialista. O que o Temer golpista, a Globo e o Judiciário racista não esperavam era que milhares de pessoas iriam às ruas contra a violência policial, contra o genocídio da população negra e exigindo uma resposta: quem matou Marielle?

Como sabemos, a vereadora denunciava a violência da polícia assassina nos morros cariocas e havia sido nomeada, no mês anterior, parte da comissão de fiscalização da intervenção federal no Rio de Janeiro. Ela era um incômodo pra esse sistema que lucra com a morte da juventude negra. Os 9 tiros que executaram Marielle tinham o intuito, também, de calar todos aqueles e aquelas que se colocam contra a falida guerra às drogas - política genocida desse Estado e que é responsável pela ação violenta da polícia nas periferias do país. Não à toa, isso aconteceu no estado brasileiro de maior crise econômica, social e política, no qual o Temer colocou um general do Exército para dirigir a segurança pública.

Enquanto o governo e a Globo tentam canalizar nosso sentimento de revolta para justificar ainda mais intervenção federal, os professores municipais deram exemplo colocando seu grito de greve contra a Reforma da Previdência de Dória e também por Marielle Franco. A resposta para a execução da vereadora não pode ser o aprofundamento da intervenção no RJ. Nós sabemos muito bem qual é seu objetivo: aumentar a atuação violenta da polícia mais assassina do mundo, responsável pelo genocídio da população negra todos os dias no país.

Diante disso, nosso Diretório Central dos Estudantes (DCE), maior entidade estudantil da Unicamp, tem a responsabilidade de mobilizar os estudantes e aprofundar na universidade o sentimento que observamos no país inteiro: revolta e luta. Infelizmente, observamos exatamente o contrário de tudo isso. Além da gestão Apenas Alunos ser conivente com seus membros que compartilham postagens desrespeitosas sobre a execução de Marielle, eles optam por fazer acordos com empresas ao invés de construir um pólo de resistência na Unicamp. Sua prioridade é aumentar o mercado de vendas das empresas através do Clube DCE e de parcerias com empresas como o McDonalds que, para comemorar o dia internacional da mulher (08/03), colocou em suas lojas trabalho 100% feminino.

Por isso, nós, estudantes de Ciências Sociais e História da Unicamp, deliberamos, em assembleia do Centro Acadêmico do dia 22 de março, que a Assembleia Geral dos Estudantes, dia 27 de março, às 18h, paute com centralidade o caso de Marielle. Isso deve servir para que transformemos a Unicamp também num polo de luta contra o racismo estrutural do Estado e da polícia e para que desde aqui gritemos: Marielle vive! Abaixo a intervenção federal no Rio!




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