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Em meio a Copa do mundo os assédios não param. Jornalistas que estão cobrindo os jogos estão fazendo denúncias das absurdas situações às quais são submetidas durante o trabalho.

quarta-feira 27 de junho de 2018 | Edição do dia

Em meio a Copa do mundo os assédios não param. Jornalistas que estão cobrindo os jogos estão fazendo denúncias das absurdas situações às quais são submetidas durante o trabalho. Júlia Guimarães, repórter da Rede Globo, relatou que esse domingo antes do jogo do Japão e Senegal, na Rússia, foi surpreendida enquanto estava se preparando para começar uma matéria por um homem tentando beijá-la à força. A colombiana Julieth González Theran foi abordada enquanto estava em uma transmissão ao vivo por um rapaz que a tocou no peito e beijou sua bochecha à força. Essas atitudes repudiáveis infelizmente não são novidade, e precisamos combatê-las.

O machismo está impregnado no futebol e em todos os âmbitos da vida. As pessoas se sentem à vontade para fazer o que querem com as mulheres independentemente de estarem trabalhando ou não. Invadem a privacidade puxando à força, beijando, pegando no corpo, humilhando, reproduzindo toda a estrutura patriarcal presente no capitalismo. A maioria da sociedade se vê no direito de ditar o que as mulheres devem fazer, tentando falar o que são capazes ou não, e no contexto de Copa do Mundo isso não se isenta, pelo contrário: fica ainda mais visível.

Os assédios no trabalho são muito mais comuns do que pensamos. Muitas situações absurdas que acontecem todos os dias na maioria das vezes não são nem denunciadas, o que acontece principalmente nos trabalhos mais precários, nos quais a estrutura de poder é ainda mais nítida e o medo de perder o emprego nos cala. Na copa, em um momento no qual todo o mundo volta sua atenção para os jogos, isso é escancarado, como está sendo denunciado pelas jornalistas, e o clima festivo passa longe de ser justificativa.

Os relatos das jornalistas e as cenas absurdas que acabam acontecendo ao vivo, como foi o caso de Julieth, são a reafirmação dos atrasos machistas e das situações pelas quais as mulheres são submetidas no trabalho. Por isso é essencial expressarmos nosso total repúdio, mas também é preciso combater não só os casos específicos da copa, e sim todo tipo de assédio reproduzido na sociedade.




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