Frente à crise aberta pela liminar de Marco Aurélio de Mello determinando o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado, diversas lideranças partidárias manifestaram posicionamentos nas redes sociais. Veja aqui algumas das principais repercussões.
terça-feira 6 de dezembro de 2016 | Edição do dia
[atualizado às 17:32]
Romero Jucá, lideranças do governo no Senado, ainda na segunda-feira, 5, afirmou por meio de sua conta no Twitter que o calendário de votações no Senado seria mantido, em especial a PEC 55:
Existe um calendário de votação acertado com o presidente Renan, com toda mesa diretora, com os líderes, com os partidos.
— Romero Jucá (@romerojuca) 5 de dezembro de 2016
E esse calendário será respeitado independente de quem esteja presidindo a sessão . Vamos cumprir o acordado com os senadores e com o País.
— Romero Jucá (@romerojuca) 5 de dezembro de 2016
A PEC do teto do gastos cumprirá este calendário independente da decisão do STF.
— Romero Jucá (@romerojuca) 5 de dezembro de 2016
Sem tanta segurança, mas reafirmando a mesma posição, se posicionou Aécio Neves, líder do PSDB no Senado, e ainda afirma que a questão do afastamento de Calheiros será pautada pelo STF na quarta-feira:
A informação que temos é que será pautada para esta quarta-feira a decisão sobre a liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio.
— Aécio Neves (@AecioNeves) 6 de dezembro de 2016
Para o PSDB, não pode haver qualquer dúvida sobre a votação da PEC do Teto, acordada entre governo e oposição, para ser votada no dia 13.
— Aécio Neves (@AecioNeves) 6 de dezembro de 2016
A votação da PEC do Teto terá imensa repercussão para a economia do país, para minimizar os estragos feitos pelos governos anteriores.
— Aécio Neves (@AecioNeves) 6 de dezembro de 2016
Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL, ontem fazia apelos a Jorge Viana para que não pautasse a PEC 55 após a queda de Renan:
Renan Calheiros afastado.Temer quer esmagar Direitos dos trabalhadores,PEC55,Ref da previdencia.Sen Jorge Viana não pode pautar PEC da morte
— Ivan Valente (@IvanValente) 5 de dezembro de 2016
Contudo, o próprio Humberto Costa, líder do PT no Senado, primeiro afirmou que o partido não tinha posição fechada sobre não pautar a PEC e em seguida o próprio Viana assinou documento em que o Senado se recusa a legitimar a liminar de Marco Aurélio de Mello que afastava Renan da presidência.
Luciana Genro, do PSOL, como é de costume comemorou o afastamento de Renan pelas mãos do STF como se fosse uma grande vitória da mobilização dos trabalhadores, e não um jogo de poder entre privilegiados que querem nos atacar por todos os lados:
Renan caiu da presidência, agora falta o Temer!
— Luciana Genro (@lucianagenro) 5 de dezembro de 2016
E também criticou Viana por tomar partido de Renan e contra a decisão de Marco Aurélio:
Ao invés de apoiar a decisão de afastar um réu da linha sucessória o líder do PT no Senado diz que a decisão causa "grande dificuldade".
— Luciana Genro (@lucianagenro) 5 de dezembro de 2016
Randolfe Rodrigues, ex-PSOL e atualmente senador pela REDE, defendeu o cumprimento da liminar do STF e o respeito ao "Estado democrático de direito", chamando o descumprimento da liminar de "marcha constante da insensatez em direção ao abismo:
Isso é o que posso chamar de marcha constante da insensatez na direção do abismo. https://t.co/fxSOeQUdm8
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) 6 de dezembro de 2016
Em um Estado Democrático de Direito a regra é simples: decisão judicial se cumpre e se recorre. Além disso é ofensa ás instituições. https://t.co/fxSOeQUdm8
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) 6 de dezembro de 2016
A Senadora Gleisi Hoffman, do PT, afirmou que o Senado "não tem condições de votar nada" frente à crise institucional, e defendeu "eleições já!", como fazem alguns setores da esquerda e, mais recentemente, até FHC:
Senado ñ tem condições de votar nd. Crise política agravou. Virou institucional. Na democracia só o voto popular resolve. Eleições Já!
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) 6 de dezembro de 2016
O G1 também apresentou um levantamento das reações de lideranças diante da decisão da Mesa Diretora do Senado de não acatar a liminar de Marco Aurélio de Mello:
Carlos Marun (MS), deputado, vice-líder do PMDB na Câmara
"Entendo que foi positiva a decisão da Mesa de não acatar a liminar porque só havia duas opções: ou não acatar ou se ajoelhar e um parlamento de joelhos é péssimo para a democracia. O ministro não poderia ter tomado essa decisão monocraticamente".
Henrique Fontana (RS), deputado, e vice-líder do PT na Câmara
"Discordo dessa decisão do Senado. Decisão judicial deve ser cumprida porque quem é réu não pode estar na cadeia sucessória. A decisão está dentro da lei."
Humberto Costa (PE), senador, líder do PT
"Quem está respondendo pelo Senado é o vice-presidente [Jorge Viana]. Não há essa história de descumprimento. Uma primeira nota que foi feita dizia que a Mesa ia aguardar antes de tomar providência, mas depois essa nota foi retificada. A primeira falava em aguardar para tomar providências, mas isso foi retirado da nota final. Nós [do PT] não concordaríamos com o descumprimento dessa decisão".
Ivan Valente (SP), deputado, líder do PSOL na Câmara
"Temos uma crise de conflito de poder e é grave. Tem questionamento sobre ter sido uma decisão monocrática por um lado, mas tem a decisão da Mesa de não estar cumprindo uma decisão do Supremo. Então, pode estar tendo erro dos dois lados".
Lindbergh Farias (PT-RJ), senador, líder da oposição
"Achei a decisão da Mesa do Senado estranha. Houve uma decisão do STF. Aprendi há muito tempo que decisão a gente tem que cumprir e depois recorrer. Acho que a decisão da Mesa cria uma confusão maior. Quem é o presidente do Senado agora? Senador Jorge Viana ou senador Renan Calheiros? [...] Acho que a decisão da Mesa criou uma grande confusão. Ficou parecendo que era uma forma de não cumprir a decisão do Supremo. A decisão da Mesa aumenta o impasse político, a indefinição".
Romero Jucá (PMDB-RR), senador, líder do governo no Congresso Nacional
"Vamos aguardar a posição do pleno do Supremo Tribunal Federal, temos que esperar que o pleno se manifeste".
Ronaldo Caiado (GO), senador, líder do DEM
"O presidente do Senado é o senador Jorge Viana. A defesa [de Renan] está apresentando recurso. No momento em que Renan apresenta recurso, ele está dando prosseguimento ao processo iniciado pelo ministro Marco Aurélio. Neste momento, a decisão do Supremo prevalece, o presidente é o Jorge Viana, e o recurso é para aguardar uma decisão do pleno. Esperamos que a decisão do plena saia o mais breve possível. A sessão de amanhã será presidida pelo senador Jorge Viana. Decisão judicial, cumpre-se".