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Nesse 25 de novembro dia Internacional contra a Violência às Mulheres, vemos milhares de jovens secundaristas na linha de frente dos atos e ocupações, dando um exemplo de luta contra o fechamento das escolas, a repressão da polícia machista, racista e lgbtfobica, a precarização da educação e em defesa do futuro da juventude

Odete AssisMestranda em Literatura Brasileira na UFMG

quarta-feira 25 de novembro de 2015 | 14:44

Desde o anúncio da reorganização escolar proposta pelo governador Geraldo Alckmin a juventude secundarista vem tomando às ruas e as escolas contra essa proposta e em defesa de uma educação gratuita e de qualidade. É inegável como as mulheres são a linha de frente desse processo.

São milhares de jovens mulheres que estão sofrendo com o avanço da retirada de direitos, como a aprovação do PL 5069 de autoria de Eduardo Cunha, do presidente do PT de Rondônia entre outros, do estatuto da família, a retirado do debate de gênero e sexualidade dos planos de educação e agora com a possibilidade de suas escolas serem fechadas.

Essas mulheres não se calaram e estão fazendo história à frente de um dos maiores processos de luta dos últimos anos. Seja enfrentando-se com a repressão da polícia, que chegou a assediar sexualmente uma jovem em Marília, como faz sempre nos morros e nas periferias, com o assédio das diretorias e a opressão cotidiana por serem jovens mulheres privadas pela sociedade do direito ao próprio corpo.

Por esse motivo, nesse 25 de novembro devemos nos inspirar na luta dessas jovens, que vem demonstrando como podem ser capazes de controlar suas escolas e suas vidas, refletindo sobre um outro modelo de educação e de sociedade.

E quando se fala de uma "Primavera Feminista", essa primavera não é feita por aqueles movimentos atrelados ao governo federal, que apesar de ser uma mulher no poder continua atacando todas as mulheres com sua política de cortes e ajustes, nem mesmo pelo feminismo empresarial, que iguala as demandas das mulheres a demandas de consumo ajudando produtos a venderem mais, além de ser diretamente patrocinado por empresas que lucram milhões em base a exploração de milhares de mulheres mundo a fora. Precisamos de um feminismo revolucionário que combata desde a raíz esse sistema que perpetua as condições de opressão às mulheres.

Esse novo levante de mulheres está sendo construído dia a dia, tendo essas secundaristas na linha de frente, juntamente com suas mães e professoras. E é ao lado dessas jovens que podemos erguer um forte movimento de mulheres, independente de todos os governos, lutando contra a violência desse estado machista, racista e lgbtfobica, buscando construir uma sociedade livre de toda exploração e opressão.




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