Essa semana ocorreram mobilizações enormes na província patagônica contra um projeto de lei que entrega ainda mais recursos para as grandes mineradoras.
sábado 18 de dezembro de 2021 | Edição do dia
Nos últimos anos, a Argentina foi palco do avanço de algumas das atividades econômicas mais predatórias ao meio ambiente. Mais especificamente na região da Patagônia, com exemplos como fracking de petróleo na Jazida de Vaca Muerta na província de Neuquén e a megamineração – um tipo superpreadatório de exploração de minérios – que ocorre em toda a região. Tanto a direita macrista quanto o peronismo apoiam o avanço dessas atividades, votando leis que flexibilizam as já frágeis restrições ambientais. Mais que isso, o extrativismo tem virado uma forma prioritária para o governo conseguir divisas para pagar o FMI. Portanto, longe de qualquer discurso que tente defender o ecocídio e o ataque às populações afetadas e aos povos originários da região em nome de um suposto do desenvolvimento, a verdade é que isso está apenas servindo para encher o bolso dos credores internacionais.
La resistencia contra la megaminería en #Chubut sigue firme en las calles! pic.twitter.com/4b3sR2EljL
— La Izquierda Diario (@izquierdadiario) December 16, 2021
No entanto, se avança a destruição ambiental para satisfazer a sanha de lucro dos capitalistas, a resistência também avança. Essa semana, foi a vez de Chubut estar no centro dos protestos. Afinal de contas, essa semana foi votada no parlamento local a lei de zoneamento da megamineração para favores os grandes empresários do ramo. A lei foi enviada ao legislativo pelo governador da província, o peronista Mariano Arcioni. Como resposta, na pequena província com apenas 500 mil habitantes, estouraram manifestações em várias cidades. As manifestações foram duramente reprimidas pela polícia, mas isso não tirou o ímpeto dos manifestantes, que em muitos casos se enfrentaram com a repressão. Agora a classe trabalhadora da província está entrando em cena: os portuários, condutores navais e outros trabalhadores marítimos anunciaram greves e paralisações para essa semana
A Frente de Esquerda e dos Trabalhadores – Unidade (FIT-U), tem atuado na linha de frente dessas lutas em Chubut e também difundido a luta pelo resto do país. O PTS, partido irmão do MRT, tem convocado diversas assembleias e hoje, junto aos trabalhadores da fábrica ocupada e gerida pelos trabalhadores Madygraf na Grande Buenos Aires, organizou uma reunião aberta. Além disso, tem denunciado fortemente a medida no Congresso Nacional, onde acaba de duplicar sua bancada nas últimas eleições. Como resultado, tem ocorrido mobilizações em todo o país em solidariedade à luta de Chubut. A luta tem ganho holofotes inclusive internacionais: hoje, o músico Manu Chao postou em seu twitter uma música em defesa das mobilizações.
NO A LA MINA: LEY MINERA Y REPRESIÓN EN CHUBUT, ARGENTINA. #vetoleydezonificacionya
Exigimos el veto a la ley que entrega la meseta de Chubut a la megaminería. #NoALaMina #manuchao #soñeotromundo
Más info: Instagram @no_a_la_mina pic.twitter.com/j1vIA2MZ1I— Manu Chao (@manuchao) December 18, 2021
Nós do MRT e do Esquerda Diário nos solidarizamos com a rebelião de Chubut, que mostram o caminho para enfrentar a questão ambiental. Os capitalistas já mostraram que estão nem aí para a preservação do meio ambiente. Por isso, recomendamos a todos o manifesto: O capitalismo e seus governos destroem o planeta: destruamos o capitalismo!
