Na manhã de ontem (28), Paulo Galo, líder do movimento Entregadores Antifascistas, foi perseguido por 8 viaturas, agredido e preso pela polícia racista de São Paulo. O ativista já foi liberado.
segunda-feira 29 de março de 2021 | Edição do dia
Imagem: Acervo Pessoal/Reprodução
De acordo com o Boletim de Ocorrência, Paulo Galo foi preso por desacato às autoridades. Mas em entrevista ao jornal "Alma Preta", o entregador explica o ocorrido.
Galo foi insultado por uma viatura da polícia e respondeu às ofensas, no bairro Pinheiros, Zona Oeste de SP. Após sair de uma lanchonete, se deparou novamente com uma viatura, a qual acreditou ser dos mesmos policiais que o insultaram, e fez um gesto obsceno para eles.
Ao entrar em sua Kombi, o ativista começou a ser perseguido pela polícia. Foram até 8 viaturas perseguindo Galo. A perseguição aconteceu até a Avenida Paulista, onde Galo bateu a Kombi nas grades da FIESP devido aos tiros policiais no pneu do veículo. Após o acidente, o ativista ainda foi agredido pelos policiais e detido.
Galo disse que não parou o carro antes porque temia pela abordagem dos policiais em uma região de periferia e dirigiu até a Paulista por se sentir mais seguro onde tem câmeras de segurança. "Se os caras tivessem me abordado lá (na periferia), a história teria sido diferente, talvez nem aqui eu estaria para trocar essa ideia (...), aqui eles têm outra postura”, disse Galo.
O medo de Galo não é sem razão, a polícia de São Paulo que perseguiu o ativista é a mesma que prendeu o rapper Salvador da Rima ao invadir sua casa de forma autoritária e ainda por cima forjou agressão para culpabilizar o artista de violência contra os policiais.
No país de Bolsonaro, dos militares e do regime do golpe, a agressão racista, machista e lgbtfóbica e o autoritarismo contra os ativistas se aprofundam a cada dia, como vemos com as perseguições aos jovens utilizando a Lei de Segurança Nacional, herança direta da ditadura militar.