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QUESTÃO INDÍGENAS | Após mortes de crianças por falta de assistência, Yanomamis impedem decolagem de aviões

Indígenas afirmam que algumas comunidades ficaram 90 dias sem atendimento médico e a saída que encontraram foi exigir a saída do coordenador sanitário responsável pela reserva.

quarta-feira 19 de setembro de 2018 | Edição do dia

Três aviões e 21 servidores da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), subordinada ao Ministério da Saúde, estão desde o último domingo, 16, sendo impedidos de deixar a Terra Indígena Yanomami, no norte do estado de Roraima.

A ação é um protesto de quinze comunidades Yanomami da região de Surucucu, no município de Alto Alegre, após a morte de duas crianças em menos de dez dias, além da internação de uma terceira em estado grave. Segundo carta aberta publicada pelas comunidades, já são cinco crianças mortas desde o início de agosto.

Na mesma carta aberta, os Yanomamis denunciam “falta de compromisso pelos gestores passados e o atual foi o que levou o aumento da malária em todo o território Yanomami, os dados epidemiológicos mostram aumento assustador, a falta de insumos, medicamentos e materiais hospitalares.”

Segundo o presidente da Hwenama Associação dos Povos Yanomami de Roraima, Junior Hekurari Yanomami, as comunidades organizaram-se através dos rádios que existem nas diversas localidades e passaram a exigir a saída do coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y), Rousicler de Jesus Oliveira, responsável pela atuação dos profissionais de saúde dentro da reserva indígena.

Conforme relatam essas comunidades, algumas áreas mais isoladas ficaram 90 dias sem atendimento médico porque dependem de um helicóptero para receber os serviços de saúde e o veículo não estava fazendo vôos. Também relatam que a Malária aumentou muito na Terra Indígena Yanomami, tanto no Amazonas quanto em Roraima.

Em relação ao coordenador Rousicler Oliveira "eles dizem que ele não trabalha e não atende quando os Yanomami querem falar com ele para cobrar as necessidades das comunidades. Eles dizem que não tem mais condições dele ficar porque está prejudicando muito a saúde", também segundo o presidente da associação.

As comunidades afirmam que ninguém está ferido e que não houve qualquer conflito ou ato de violência, somente a retenção dos aviões em terra, o que impede a partida dos servidores.

Informações atualizadas na manhã de hoje, 19, apontam que os servidores públicos foram liberados.




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