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VACINAÇÃO | Após meses de atraso, educadores em SP finalmente serão vacinados: vacina para todos já!

Com meses de atraso e muitas mortes por responsabilidade de Doria e Bolsonaro, finalmente foi marcado para sexta-feira (11) o início da vacinação contra Covid-19 para trabalhadores com 18 anos ou mais que atuam na educação básica pública e privada do estado, deixando de fora os professores que perderam seus empregos durante a pandemia.

quinta-feira 10 de junho de 2021 | Edição do dia

Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O anúncio foi feito pelo governador João Doria (PSDB) na manhã de quarta (9) junto ao secretário estadual de Educação, Rossieli Soares. O direitista tucano, se colocando como um herói, cinicamente disse que está antecipando a vacinação pois o início da imunização para esse grupo estava previsto para ocorrer entre os dias 21 e 31 de julho em SP. Mas a situação absurda no número de mortes e contágio que vivemos hoje demonstra na verdade um enorme atraso das vacinas, custando milhares de vidas que poderiam ser poupadas.

Ontem os trabalhadores da educação receberam com entusiasmo essa notícia, pois em todos esses meses com tanta tristeza das perdas e o medo do contágio, ter as vacinas é uma conquista fundamental, fruto de várias lutas nas escolas, com exemplos de greves sanitárias em São Paulo e outros estados, apesar das direções dos sindicatos em sua maioria dirigidos pelo PT não terem organizado a luta entre todos os que trabalham na educação.

A vacinação será nos postos de saúde em todo o estado. É necessário fazer o cadastro no site VacinaJá Educação e no momento da vacinação, o trabalhador da educação precisa do comprovante VacinaJá Educação, RG e CPF. Entretanto, muitos que estavam estavam exercendo atividades presenciais ou em alguns momentos o trabalho remoto durante a pandemia foram demitidos, perderam suas aulas, se afastaram, esses não terão o direito à vacinação nesse momento.

Porém infelizmente nossa sensação de alívio é bastante limitada pois a comunidade escolar de conjunto segue sem uma previsão de quando terão a vacinação. Os alunos e seus familiares seguirão expostos ao vírus, e nas escolas há ainda grande risco de contágio devido aos vários problemas estruturais.

Em seu discurso, Doria se esqueceu que ele mesmo impôs a reabertura das escolas em um dos piores momentos da pandemia, sem nenhum debate ou espaço de decisão para a comunidade escolar:

"Nós teremos 100% dos profissionais da educação básica imunizados em São Paulo, isso garante uma volta às aulas presenciais cada vez mais segura".

Apesar de fazer um discurso diferente de Bolsonaro, Doria impôs um retorno das aulas presenciais nada seguro, para atender a sede insaciável dos empresários da educação particular, que não se importam com a vida. E mesmo com a vacinação dos profissionais, os estudantes e suas famílias seguirão com o risco, por isso nós exigimos vacinação para toda população e também a quebra das patentes que fazem as vacinas serem mercadoria para o lucro; só assim seria possível uma produção de insumos e vacinas mais acelerada.

Nós, trabalhadores da educação, não podemos nos enganar com a intenção do Doria, que quer inflar uma posição como grande governador, com discurso das vacinas para se localizar de maneira diferente de Bolsonaro na campanha eleitoral, não só do ponto de vista eleitoral, mas ele também busca convencer a população e os próprios professores que ele é um grande defensor da educação, que diz “Fica em casa” enquanto reabre comércios e escolas nas piores fases da pandemia.

Não podemos cair nessa armadilha, temos que lembrar o que significou todos os anos de PSDB atacando a educação. E o próprio Doria já tem aplicado uma enxurrada de ataques como a Reforma do Ensino médio que veio para aligeirar a precarização da educação, o ensino híbrido, o excludente Programa de Ensino Integral. Além ataques que sempre tiveram o apoio completo do PSDB a nível federal se intensificando com o golpe institucional de 2016, se tornando um dos principais alvos de Temer que aprovou a PEC do fim do mundo que congelou gastos com saúde e educação até 2036, e agora de Bolsonaro que recentemente congelou o orçamento federal da educação reduzindo de $23,2 bi para $8,9 bi. Para passar esses ajustes Doria e Bolsonaro estão unidos.

Precisamos confiar em nossas próprias forças para conquistar de fato as condições sanitárias adequadas para as aulas. É preciso ter organização, debates na base, nas escolas, e exigir que os sindicatos convoquem assembleias democráticas, com o objetivo de organizar os professores junto às comunidades escolares. Precisamos de espaços democráticos que envolvam toda comunidade escolar e a partir dali tirar as exigências que precisamos arrancar do governo, desde as vacinas para toda população para ter reais condições sanitárias para o retorno das aula, até lutarmos pela revogação de todos ataques colocados.




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