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PAQUISTÃO ATENTADO | Ao menos 63 mortos em um ataque contra um hospital do Paquistão

Um atentado suicida causou 63 mortos e 101 feridos em um hospital do Paquistão. O atentado é dos maiores no último ano.

segunda-feira 8 de agosto de 2016 | Edição do dia

Um ataque contra um hospital da cidade de Quetta, no oeste do Paquistão, causou hoje 63 mortos e mais de uma centena de feridos, em um atentado ainda não assumido mas que já é um dos piores do ano em solo paquistanês.

Um homem com oito quilos de explosivos fez detonar as bombas na entrada de emergências do Hospital Civil de Quetta, onde pouco antes havia sido levado já sem vida o presidente da Associação de Advogados do Baluchistão, Bilal Anwar Kasi, assassinado no início da manhã a tiros por um grupo de homens não identificados.

Uma fonte do escritório do chefe de polícia do Baluchistão, estado do sudoeste do país da qual Quetta é a capital, disse à EFE que ao menos 63 pessoas morreram e outras 101 ficaram feridas na "forte explosão", seguida por um tiroteio no centro de saúde.

Ao redor de 600 advogados e jornalistas haviam ido ao centro médico depois de conhecida a notícia da morte de Kasi, em torno das 09:00 no horário local, assinalou à EFE o porta-voz do Hospital Civil, Abdul Rehman.

Entre os mortos se encontram um jornalista da televisão Aaj, Mahmood Khan, e o câmera do canal Dawn Shahzad Khan, que tinham ido ao hospital para cobrir a notícia da morte de Kasi.

As televisões paquistanesas mostraram imagens de feridos vestidos com trajes pretos de luto, o solo salpicado de sangue e um grande caos no centro médico. o chefe de governo do Baluchistão, Sanaullah Zehri, declarou ao canal de televisão Geo que se tratou de um ataque suicida "planejado", que contava que o atentado contra o advogado suscitaria a chegada de outros letrados ao hospital.

"Sabiam que atirariam no advogado e que outros advogados iriam ao hospital. O suicida explodiu as bombas que portava quando os advogados foram ao hospital", disse Zehri. O político indicou que desconhecem quem está por trás do ataque.

A insurgência paquistanesa já tinha usado está tática de duplos atentados no passado: em dezembro de 2013 um suicida matou 30 pessoas com suas bombas no enterro de um policial assassinado um dia antes em Quetta.

O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, condenou as mortes em um comunicado em que afirmou que "não se permitiria ninguém perturbar a paz" e anunciou que viajará hoje mesmo a Quetta.

Nos últimos meses vários advogados foram atacados no estado do Baluchistão, na região sudoeste onde operam grupos armados separatistas, além de facções talibãs e grupos jihadistas.

Há menos de uma semana o advogado Jahanzeb Alvi foi assassinado por atacantes sem identificar e em junho o diretor da Faculdade de Direito da Universidade do Baluchistão, Amanullah Achakzai, foi também alvejado.

A Associação de Advogados do Paquistão anunciou que protagonizará uma greve geral amanhã e declarou uma semana de luto. O ataque de hoje é um dos mais graves do ano no Paquistão, só superado pelo atentado suicida em um parque de Lahore que causou 73 mortos e mais de 350 feridos em março.

Em junho de 2014 o governo do Paquistão iniciou uma ofensiva militar contra supostos santuários talibãs no noroeste do país. Esta ofensiva causou ao menos 4.000 mortos, segundo dados não verificados independentemente, e mais de um milhão de desabrigados.

Fonte: EFE/ Jaime León
Tradução: Francisco Marques




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