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VOLTA REDONDA | Ao invés de defender emprego Força Sindical quer negociar redução de salários na CSN

quarta-feira 30 de dezembro de 2015 | 00:00

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, pediu ao ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, que interceda junto à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para evitar a demissão de 3 mil trabalhadores em Volta Redonda (RJ), programada para o próximo dia 4 de janeiro. Segundo Torres, que se reuniu nesta segunda-feira, 28, com Rossetto ao lado de sindicalistas da região e do senador fluminense Lindbergh Farias (PT), o ministro prometeu buscar o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch.

"Demitir 3 mil trabalhadores numa região que depende fundamentalmente da CSN será uma tragédia. Pedimos para a CSN segurar ao menos até meados de janeiro para que possamos elaborar uma saída. O ministro pensa da mesma forma e disse que a empresa ainda não buscou alternativas como o "lay off" e o PPE", disse Torres, em referência ao Plano de Proteção ao Emprego (PPE), criado pelo governo Dilma Rousseff neste ano.

Pelo PPE, as empresas podem reduzir a jornada de seus trabalhadores de forma temporária e pagar o equivalente a 80% dos salários, sendo o governo responsável por outros 10%, com recursos do FAT. Ou seja, com dinheiro dos impostos mantem os lucros das empresas.

Outras empresas da região fizeram acordos temporários, segundo Torres. "A Votorantin fez lay off, a Volkswagen também. A Citröen entrou no PPE. Achamos, e o ministro também, que soluções para o caso da CSN podem existir. Precisamos segurar até meados do ano que vem", disse ele.

O líder da Força, que é a segunda maior central do País e que representa o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda e região, também mencionou os estudos do governo para taxar a importação de aço, que vem roubando mercado da produção nacional Segundo ele, neste caso, Rossetto não apresentou uma opinião, dizendo apenas que o plano está em estudo no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Sobre as demissões de centenas de terceirizados estes sindicalistas vendidos nem se pronunciam, pouco se importando com o futuro de milhares de famílias.

Ao contrário de lutar em defesa dos empregos de efetivos e terceirizados, de questionar a privatização fraudulenta da CSN ocorrida no governo Itamar o que a Força Sindical, central sindical defensora do neoliberalismo e alinhada à direita nacional, defende é que os trabalhadores paguem a conta da crise do setor siderúrgico, seja reduzindo seus salários seja com medidas protecionistas contra os trabalhadores de outros países. É preciso lutar por uma saída de fundo para a CSN junto a outras empresas de mineração e siderurgia que foram privatizadas, lucraram bilhões por vários anos e depois descarregam sua crise em forma de crimes ambientais e demissões, uma saída que passa pela reestatização sob controle dos trabalhadores, única forma de garantir o emprego a todos trabalhadores e um uso racional destes recursos sem colocar em risco vidas e o meio ambiente.




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