×

PRIVATIZAÇÃO DOS TRANSPORTES EM ARARAQUARA | Anunciado a data da privatização da CTA

As recentes manchetes do jornal local de Araraquara, Tribuna Impressa, anunciam a data da concessão, eufemismo para privatização, das 29 linhas da CTA e bem como a venda de todo o patrimônio da empresa, no dia 15 de outubro.

quinta-feira 1º de outubro de 2015 | 01:10

Em um tom alegre e otimista com as recentes medidas, o jornal joga confete tanto na administração do presidente da CTA Silvio Prada e da iniciativa das empresas de ônibus, a Cruz e a Paraty, em se unirem para aquisição da empresa de ônibus de Araraquara. Os valores anunciados dos investimentos dessas empresas giram em torno de 80 milhões de reais, que serão divididos igualmente entre as duas empresas. Essa medida é associada também a uma pretensa modernização do transporte, contudo nenhuma das empresas se manifestou sobre possíveis aumentos no valor da passagem, atualmente de 3,20.

Recorrentemente as mídias locais, vereadores e prefeitos apenas constatam que a CTA está falida, com a frota sucateada e com baixo efetivo de trabalhadores. Não a toa, nunca estes grupos vão estar de fato ao lado dos trabalhadores e usuários. Historicamente tanto a companhia de ônibus quanto a empresa de água da cidade tem seus lucros - que na verdade são capitais para investimento em longo prazo que seriam usados para renovação de frota e melhorias em geral - são utilizados para cobrir os rombos nos orçamentos das prefeituras. Tanto a CTA quanto o DAAE estão com seus serviços sucateados propositalmente para que futuramente se justifique uma privatização, sendo ainda estas empresas, como a Paraty e Cruz, as mesmas que financiam campanhas dos políticos e prefeitos que “descuidadamente” e rapidamente sucateiam o serviço.

Um plano de resgate da empresa sob o controle dos trabalhadores e usuários

Isso ocorre em um contexto nacional que tanto PT quanto PSDB em suas respectivas gestões de estados e municípios vêm cortando orçamentos em todas as áreas, mais alarmantemente na educação. Em Araraquara, tanto PMDB, PSDB e PT com seus vereadores sempre votaram contra qualquer iniciativa de investigação das dívidas e qualquer iniciativa de transparência da CTA. A CTA, por ser uma empresa pública, pode oferecer condições de trabalho mais dignas que as empresas privadas de ônibus. Mesmo assim, os cobradores estão sendo demitidos e os serviços de limpeza e segurança terceirizados, resultando em dupla função para os motoristas e aumentando os acidentes, bem como um ritmo de trabalho mais intenso. Na prática a privatização da CTA vai levar ao desemprego de inúmeros trabalhadores e ainda agravará mais ainda o quadro de mais de 6800 demissões na cidade nestes últimos 12 meses.

É necessário primeiramente construirmos uma mobilização exigindo a abertura do livro de contas tanto da CTA quanto da Paraty para de fato descobrirmos se a empresa está falida. Segundo, que os trabalhadores e usuários administrem as linhas e a empresa, pois qualquer pessoa na cidade de Araraquara pode ver o quanto as rotas não fazem sentido nenhum e demoram muito, mesmo tendo o atual presidente da CTA formado e especialista em trânsito, somente demonstra como as linhas são pensadas para não funcionarem. Terceiro, que se acabe com todos os cargos comissionados que somente inflam os gastos da empresa que é utilizada como cabide de emprego de afiliados de grandes políticos locais. Os únicos capazes de vacinarem, de fato, sobre esses problemas são os trabalhadores da CTA se responsabilizando pela administração da empresa. Somente os usuários são aqueles que poderiam pensar nas melhores linhas segundo suas necessidades, quanto aos trabalhadores pensarem mais globalmente as linhas que melhor atendem a todos. Quarto, exigir a estatização sem indenização das linhas Paraty, sendo esta uma das responsáveis pelo sucateamento da CTA.

Necessidade de construir um polo dos trabalhadores

Está mais do que claro quem está do lado dos trabalhadores e quem está do lado dos patrões e políticos profissionais. Tanto PT quanto PSDB não respondem aos anseios e não fazem nada para mobilizar sua base de sindicatos e entidades estudantis. A sub-sede da APEOESP, dirigida pela Chapa 1 e vinculada à CUT e o PT, e à CTB e o PCdoB, nunca se manifestou contra a privatização e a precarização da CTA que atingem inúmeros estudantes da rede. A atual gestão do Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UNESP, o CAFF, vinculada ao PT, tendo vereador do PT na gestão, nunca moveram uma pena sobre essa questão. Mesmo o PPL, que tem o DCE da UNIARA e a antiga base aliada do prefeito Marcelo Barbieri, lavam suas mãos. É necessário que estas entidades rompam com o governo e com os patrões e mobilizem suas bases contra os ajustes feitos pela Dilma, Levy, o PSDB e contra a privatização da CTA.

Neste momento entendemos que devemos, como tivemos um primeiro esboço, construir um pólo com toda a esquerda anti-governista e anti-burocrática da cidade e nesse pólo constituir lutas contra o aumento da conta de água, contra a privatização da CTA, bem como fazer frente às demissões que vêm ocorrendo na cidade.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias