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Eleições 2022 | André Ceciliano (PT) chama o bolsonarista Rodrigo Amorim de "irmão" em programa de rádio

Candidato do PT ao Senado do RJ trocou elogios com bolsonarista Rodrigo Amorim nesta quinta em programa na Rádio Tupi.

sexta-feira 3 de junho de 2022 | Edição do dia

Foto Marcelo Theobald / Agência O Globo.

Nesta quinta-feira, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e candidato do PT ao Senado André Ceciliano e o bolsonarista Rodrigo Amorim (PSL), deputado conhecido por quebrar a placa de Marielle, trocaram afagos e elogios no “Programa Francisco Barbosa” da Radio Tupi.

Logo de início, André Ceciliano chama o reacionário Rodrigo Amorim de "irmão". O reacionário deputado Rodrigo Amorim, em sua vez de falar, não só chama o candidato do PT ao Senado de "irmão", como ainda afirma que este é o melhor presidente que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro já teve.

Ainda durante o debate, Ceciliano é questionado dobre o novo projeto de Cláudio Castro que permite o armamento de cerca de 10 mil Polícias Militares da reserva. Ceciliano respondeu que ser à favor desta medida que favorece a expansão de milícias bolsonaristas.

Defendendo a medida de Castro, Ceciliano lembra que foi autor de uma lei que permite com que policias militares da ativa possam levar as armas do Estado para casa depois do expediente. "Eu convidei para ser autor comigo o Senador Flávio Bolsonaro na ocasião da apresentação de um projeto de lei".

Neste momento do debate, Ceciliano é interrompido pelos elogios de Rodrigo Amorim: Fundamental, Barbosa, porque ao final do serviço o policial devolvia a sua arma(...)

Veja os trechos:

Aqui pode ser vista a entrevista completa

Logo após mais uma chacina, ocorrida na Vila Cruzeiro, André Ceciliano levanta a defesa dos policias na forma da liberação do armamento do Estado para agentes que sequer estão na ativa. O medida, chamada de "acautelamento" é a liberação de armamento do Estado para estes agentes que, em serviço, implementaram a política de invadir as comunidades, assassinar a juventude negra e os mais pobres, em nome dos governos de plantão.

Em meio ao imenso peso que as milícias possuem no Estado do Rio de Janeiro, milícias defendidas por políticos como Amorim e Flávio Bolsonaro, a defesa destas medidas por Ceciliano - que nada mais nada menos é presidente da Alerj - demonstra como a política petista é totalmente funcional e não combate o bolsonarismo, não combate os assassinatos cometidos pelos policias, não é uma saída para o povo pobre e os negros.

Os laços de André Ceciliano com o bolsonarismo nós já viemos expondo neste Esquerda Diário em diversas matérias. Ceciliano foi peça chave para a governabilidade de Cláudio Castro, aprovando as medidas que o governo estadual pedia e cooperando com um governo que em um ano já promoveu 40 chacinas, segundo o instituto fogo cruzado.

O atual candidato ao Senado não tem nenhuma vergonha de tratar como "irmão" bolsonaristas reacionários como Rodrigo Amorim, inimigo declarado da esquerda, das mulheres, dos negros, dos direitos democráticos, dos LGBTQIA+. É uma política consciente que aposta em alianças com esse setor, tal sempre foi a política do PT para o Rio de Janeiro, com alianças espúrias em diversas prefeituras na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Tal política mostra a farsa da frente ampla para derrotar Bolsonaro: em nome da garantia do mais amplo palanque para eleição de Lula no Rio de Janeiro, o PT se alia diretamente com aqueles milicianos e bolsonaristas, (alguns, verdadeiros fascistas, como Rodrigo Amorim), os mesmos que o petismo prometeu "derrotar nas urnas". O bolsonarismo e a extrema direita não serão derrotados em uma eleição, muito menos em uma eleição na qual os setores que dizem querer derrotá-los estendem a mão, chamando-os de "irmão".




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