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Anasse Kazib: quem é o ferroviário que fala contra Macron na TV francesa?

Anasse Kazib: quem é o ferroviário que fala contra Macron na TV francesa?

Compartilhamos fragmentos do perfil elaborado pelo jornal francês Le Parisien sobre Anasse Kazib, dirigente ferroviário e militante da Courant Communiste Révolutionnaire (organização irmã do MRT) na França, e que edita o Révolution Permanente. Anasse é frequentemente chamado a falar em programas de TV nacionais. A CCR impulsiona, junto ao PTS na Argentina, o MRT no Brasil e várias outras organizações e nível mundial, a rede internacional Esquerda Diário.

O perfil publicado em Le Parisien tem o título: "Manifestações em aparelhos de televisão, o ferroviário Anasse Kazib abre sua ‘boca grande’ contra a reforma da previdência".

Convidada regular do talk show de televisão “Grandes Gueules” (bocas grandes), no RMC Story (rede nacional de televisão francesa), Anasse Kazib é funcionário da estação de trem Bourget, no departamento de Seine-Saint-Denis, na periferia nordeste de Paris. Crítico da reforma da previdência, ele se orgulha de ter participado do "retorno da luta de classes".

Você provavelmente o ouviu na RMC, dizendo: "Eu senti falta deles, ‘Grandes Gueules’", em tom de brincadeira. Ou o viu no RER B (linha de trem parisiense da região metropolitana) com um megafone na mão. Ele tem grande agilidade de palavras e uma voz grossa. Guardavia da estação de transporte de Bourget (Seine-Saint-Denis) e sindicalista da Sud Rail, Anasse Kazib sabe como se fazer ouvir.

“Quando se vive em Saint-Denis, quando se vive em Aulnay – proclama Kazib – vivem-se as calamidades e se sabe bem! Lutamos por vocês, especialmente pelos filhos de todos." Naquele dia, em um grupo cheio de ferroviários a caminho da manifestação em Paris contra a reforma da previdência, arrancou gritos de entusiasmo e apoio.

Convidado frequente para programas de televisão e rádio

Esse pai de 33 anos tem o hábito de levantar a moral das tropas. Há semanas, Anasse Kazib multiplicou suas intervenções nas redes de televisão. Ele, inclusive, deixou o estúdio de TV da CNews de maneira retumbante, em 29 de dezembro, quando Fadila Mehal, assessora do La République en Marche [LREM, partido de Macron] de Paris, o acusou de "terrorismo verbal".

"É um insulto às vítimas do terrorismo tratar alguém como terrorista, só porque o corrigiu em uma pergunta sobre contribuições para a aposentadoria", disse ele, indignado, logo em seguida nas redes sociais.

Após um mês de greve, Anasse Kazib não ignora os grandes riscos de um revés para os ferroviários: "Não devemos nos deixar desmoralizar pelo ambiente de cansaço", explicou ele a um militante em meio a uma assembleia geral em 19 de dezembro na estação de Paris-Nord. Alguns minutos antes, ele havia avisado seus companheiros: “Se desistirmos agora, perderemos todos os dias de greve. Ainda não ganhamos nada, camaradas!”

"A regressão social não se negocia"

O sindicalista reitera: “Não temos nada para negociar. A regressão social não se negocia. Aguentemos fortes. Haverá dias melhores. Estou orgulhoso da batalha que estamos dando agora.”

Anasse Kazib aprecia esses momentos e o reconhece: "a militância me faz muito bem", explica. As assembleias gerais e as manifestações que vão se encadeando indicam "o retorno da luta de classes", afirma. "E da maneira mais bonita, estamos testemunhando o retorno da classe trabalhadora", diz Anasse Kazib, que se considera "revolucionário e marxista".

A miséria, o futuro das próximas gerações, são temas repetidos sistematicamente em suas intervenções: “Amigos, existem 200.000 pessoas sem-teto nas ruas, seis milhões e meio de desempregados, nove milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza”, denuncia a seus companheiros ferroviários.

O sindicalista fala sem parar sobre "radicalidade" e aquela dos Coletes Amarelos não o desagrada. Ele é amigo de uma das figuras do movimento, Jérôme Rodrigues, gravemente ferido em um olho em 26 de janeiro.


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