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LIBERAL OU AUTORITÁRIO? | Amoedo e o “Novo” autoritarismo: vota em Bolsonaro e pede a extinção legal do PT

O voto de Amoedo já era conhecido. A novidade em seu artigo na Folha foi como escolheu fazer isso deixando nu todo seu autoritarismo. Ele exige o fim da existência do PT. O banqueiro chama o judiciário a agir para continuar com o golpismo depois do segundo turno.

domingo 21 de outubro de 2018 | Edição do dia

Foto: Alexandre Schneider

O multimilionário banqueiro Amoedo do Partido Novo escreveu artigo na Folha de São Paulo onde declara voto no reacionário Bolsonaro. No artigo tenta se separar de Bolsonaro falando que seu voto é anti-PT e não de apoio a Bolsonaro (que ele nem menciona) mas não esconde sua ligação umbilical com todo autoritarismo: chama o judiciário a ir além no golpismo, e tornar o PT um partido ilegal.

Muitos se iludiram com o marketing laranja-Itaú de Amoedo que estariam criando um partido “Novo”, diferente. Povoado de milionários e banqueiros como seu candidato presidencial toda sua retórica diferente de Bolsonaro caminhava para os mesmos objetivos desejados pelos banqueiros: um ataque escravagista aos direitos trabalhistas e total entrega do país ao imperialismo americano.

Em sua carta de endosso eleitoral a Bolsonaro mostra como seu liberalismo é só uma fachada para autoritarismo e golpismo. Além de apoiar o racista, homofóbico e inimigo dos direitos civis, Amoedo vai além: clama pela extinção jurídica do PT.

Toda retórica “liberal” e “libertária” de Amoedo e seu partido eram um puro engodo. Eram um caminho provisório para confluir em maior autoritarismo judicial e medidas arbitrárias para atacar o movimento operário, começando por sua representação distorcida num partido conciliador com a direita e a burguesia, o PT.

Em sua carta (para ler na íntegra clique aqui) ele diz: “Infelizmente, o Partido dos Trabalhadores, que deveria ter seu registro no mínimo questionado, conseguiu novamente pautar o debate eleitoral.”

Questionado por quem que não por Sérgio Moro e pelo bonapartismo judicial? O milionário se arvora no direito de dizer se o povo pode ou não votar em determinado partido.

Mais adiante ele continua em sua retórica bolsonarista: “Obviamente, ninguém que tenha um mínimo de informação e coerência pode aceitar a existência de um partido como o PT.”

Com que métodos ele propõe esta extinção? Na primeira frase chama o judiciário, nesta abre caminho a outros caminhos mais violentos.

Evitando incorrer em crime de incitação a violência ele afirma no paragrafo seguinte que o que quer é uma mudança “social”: “Entretanto, a saída do PT do poder de forma consistente só acontecerá com a nossa evolução como sociedade. Para isso, é fundamental o surgimento de novas lideranças (...)”. Afirma coisas contraditórias mas confluentes com a primeira menção a extinção do PT, com os braços da justiça autoritária do país.

Sabe-se lá o método de “seleção de lideranças” que o milionário propõe. Está satisfeito com os métodos de manipulação judicial destas eleições? Ou propõe métodos mais radicais como alguns bolsonaristas a quem soma seu voto e seus milhões em propaganda agora?

O voto de Amoedo em Bolsonaro já era conhecido. O “liberalismo” em um país dependente e com vários traços atrasados como o Brasil é só uma voz subordinada ao autoritarismo. Seus fins são os mesmos: atacar os direitos dos trabalhadores. A forma que Amoedo escolheu para fazê-lo no entanto chama atenção: desejando um novo salto em arbitrariedade, proscrevendo o PT.

É necessário combater o golpismo, a extrema-direita, erguer comitês de base em cada local de trabalho e estudo para libertar das amarras de conciliação da burocracia sindical e estudantil as forças da juventude e da classe trabalhadora, para fortalecermos a luta no único terreno que podemos derrotar todo golpismo e todas reformas: a luta de classes.

Acompanhamos aqueles que querem derrotar Bolsonaro nas urnas, votando criticamente em Haddad, mas não oferecemos nenhum apoio político ao PT que em sua estratégia meramente eleitoral enfraquece a resistência da classe trabalhadora, e com sua conciliação com a direita e com os empresários abre caminho a extrema-direita.

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