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PRIVILÉGIOS DA ALTA CÚPULA | Alto escalão do ministério de Guedes acumula cargos e ganha supersalários

Integrantes da cúpula do Ministério da Economia ganham valores que ultrapassam o teto do funcionalismo público

terça-feira 13 de outubro de 2020 | Edição do dia

Foto: Bruno Boghossian e Bernardo Caram

Membros da cúpula do Ministério da Economia acumulam cargos em estatais e chegam a ganhar valores que ultrapassam o teto do funcionalismo público, que atualmente está em 39,3 mil.

Isso é possível por conta do pagamento de jetons (remuneração para quem participa das reuniões de conselhos), que não são tidos como salários e, portanto, não entram na contabilidade do limite máximo que um funcionário público federal pode receber.

A lista de membros do alto escalão do Ministério da Economia que recebem jetons é extensa.

O número dois da pasta, o secretário-executivo, Marcelo Guaranys, por exemplo, tem como renda um salário bruto de R$ 37,8 mil, que é somado aos R$ 7.000 de jetons da PPSA, estatal que opera a parte da União no pré-sal.

O secretário-adjunto de Desburocratização e Gestão, Gleisson Rubin, principal técnico à frente da reforma administrativa, também aumenta seus rendimentos com honorários que chegam a R$ 12,5 mil da Casa da Moeda e da Finame (Agência Especial de Financiamento Industrial).

Também fazem parte da lista os secretários George Soares (Orçamento), Waldery Rodrigues (Fazenda), Carlos da Costa (Produtividade e Emprego), Bruno Funchal (Tesouro), Bruno Bianco (Previdência e Trabalho), Bruno Dalcolmo (Trabalho), Cristiano Rocha Heckert (Gestão), Diogo Mac Cord de Faria (Desestatização) e Martha Seillier (Programa de Parcerias de Investimentos).

O ministro da economia, Paulo Guedes, já fez declarações no qual argumentava que os salários pagos para ocupantes de cargos da alta administração pública são baixos. Segundo ele, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TCU (Tribunal de Contas da União), por exemplo, precisam ser bem remunerados para se manter nas carreiras.

Por meio de uma lógica meritocrática que define que a alta cúpula do funcionalismo ganhe mais que o restante dos servidores, o ministro da Economia leva a frente a Reforma Administrativa, que ataca inúmeros trabalhadores e a população de conjunto por meio de ataques as áreas da saúde e educação, e vai na contramão do discurso do próprio governo de combate aos privilégios, já que mantém a renda de membros do alto escalão intacta enquanto ataca o conjunto dos trabalhadores.




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