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ALESP | Aliados de Alckmin impedem investigações sobre corrupção na ALESP

A base aliada do governador Geraldo Alckmin na Assembleia Legislativa de São Paulo, que é a maioria esmagadora entre os parlamentares, vem enterrando pedidos de CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre denuncias de corrupção em obras em São Paulo.

sexta-feira 22 de dezembro de 2017 | Edição do dia

Foto: Adriana Spaca/Brazil Photo Press/LatinContent/Getty Images

Estão em andamento na ALESP (Assembleia Legislativa de São Paulo) sete pedidos de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar obras viárias citadas por empreiteiras no acordo de leniência com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), divulgado na última terça (19). Mas provavelmente nenhum deles vai ser aceito pela base do governo.

O regimento para implementação de uma investigação parlamentar exige, no mínimo, 32 assinaturas para protocolar o pedido de inquérito. Na Alesp a base de Alckmin é de cerca de 70 entre os 94 deputados, o que torna quase impossível levar adiante qualquer investigação, e assim tucanos e aliados blindam a si mesmos frente à graves evidências de corrupção.

Nada é coincidência. O esquema citado, sobre o qual setores da oposição querem abrir CPIs, de acordo com o material das empreiteiras, operou de 2004 até 2015 em obras que custaram cerca de R$ 10 bilhões aos cofres públicos. Neste período, o Estado de São Paulo foi governado pelos tucanos Geraldo Alckmin (2004-06), José Serra (2007-2010) e Alberto Goldman (2010), além de Claudio Lembo, do PFL (2006).

Sabemos que CPIs são instrumentos de investigação absolutamente limitados e controlados, justamente porque estão sob o controle dos próprios parlamentares, muitas vezes os mesmos envolvidos nas denúncias. Justamente por isso, esse exemplo de blindagem absoluta dos tucanos na ALESP, onde até abrir uma CPI se torna impossível, é tão ilustrativo de como o Estado funciona como balcão de negócios das grandes empresas. Um jogo contínuo de corrupção como parte estrutural da competição capitalista.

E este está longe de ser o único caso. No cartel do Metrô de São Paulo, onde os mesmos tucanos estão diretamente envolvidos, a Siemens faz seus acordos visando limpar a cara no país, ao mesmo tempo em que trabalha para garantir a impunidade dos políticos dos quais dependem seus negócios.




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