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GRANDE MIDIA | Alckmin e Folha, um rouba a merenda e outro esconde a notícia

Nesta quarta feira o jornal Folha de São Paulo divulgou uma entrevista com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na qual as perguntas que evitam os temas polêmicos relacionados a corrupção na merenda e os cortes estaduais, parecem propositalmente evitados para na pratica dar um “palanque” para Alckmin opinar sobre a política nacional, como aquele que nada deve.

Isabel Inês São Paulo

quarta-feira 4 de maio de 2016 | Edição do dia

O Jornal Folha hierarquizando questões sobre a política econômica e a transição pós impeachment busca blindar o governador, por um lado, e por outro mostra a descarada parcialidade a direita da mídia no Brasil. O estado de São Paulo passa hoje por uma crise profunda com relação a educação, o escândalo das merendas se arrasta sem resposta pelo governo, desde o começo do ano, assim como os cortes nas estaduais paulistas se aprofundam como a retirada de 40 milhões da Unicamp, e o desmonte da USP em uma tentativa acelerada de privatizar a universidade.

Além do descaso histórico com a situação dos professores estaduais, que além dos baixos salários, vivem com a instabilidade dos professores O, com o fechamento das salas de aulas, que diminui o numero de aulas a atribuir por um lado e por outro aumenta a precarização do trabalho tendo que ministrar conteúdo para classes com mais de 40 alunos. Por essas questões o tema da educação foi evitado, mas essa recusa a tratar do tema vai para além de evitar escancarar os ataques de Alckmin, é também a tentativa de esconder que foi esse governo do PSDB reconhecidamente pela burguesia como “duro de dobrar”, que ano passado foi derrotado pelas ocupações de secundaristas, que voltam esse ano.

Já são mais de 14 escolas técnicas, ETECS, ocupadas, e na noite dessa terça feira um setor de estudantes ocupou a ALESP (Assembleia Legislativa de São Paulo), no qual seu presidente psdbista, Capez, já declarou seu pedido de reintegração de posse e mantem os estudantes isolados sem deixar ninguém entrar, nem mesmo para levar comida. Claro que o fato do governo do PSDB deixar estudantes ocupados sem alimentos e ignorando suas pautas, não foi tratado pela Folha.

No que tange o restrito tratado na entrevista, Alckmin cita a necessidade de uma política fiscal dura, e da reforma política, propostas desenvolvidas na carta de propostas do PSDB para fazer parte do governo Temer, como denunciamos aqui, nessas propostas esta incluso o objetivo de privatizar e construir um governo mais neo liberal e direitista, dando as mãos ao golpista Temer.

Por fim, Alckmin ainda joga com a demagogia ao ser questionado se o PSDB indicará nomes para o governo, ele responde que o PSDB responde as necessidade do pais e o interesse público e não precisa de cargos. Num senado onde tudo funciona pela lei podre das troca de “favores” e cargos, é no mínimo uma demagogia, para esconder que na realidade o PSDB não quer se desgastar com o eventual governo Temer e assim se preservar para as eleições de 2018. Enquanto isso continua tratando as lutas dos estudantes por educação, com polícia e repressão, o que resta saber é se sua tentativa de não se desgastar, não vai ser rompida por mais uma derrota frente as ocupações e as greves nas universidades?




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