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Advogado dos sobreviventes de Pau D’Arco foi preso injustamente por perseguição política

Nesta segunda-feira (24/05) completa quatro anos da chacina de Pau D’Arco, sem que nenhum dos réus, policiais civis e militares, tenha sido condenado pela execução de 10 trabalhadores rurais sem terra. Esse ano o caso teve novas vítimas, no último 26 de janeiro, Fernando Araújo dos Santos, que era principal testemunha no caso foi assassinado com um tiro na nuca. Também em janeiro o advogado da defesa das vítimas da chacina foi preso.

segunda-feira 24 de maio de 2021 | Edição do dia

Foto: Lunaé Parracho/Repórter Brasil

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“Fui preso para prejudicar a investigação dos mandantes da chacina de Pau D’Arco”. Afirma o advogado de defesa dos sobreviventes do massacre, José Vargas Júnior, ele também afirma estar sendo vítima de uma armação da Polícia Civil e do Ministério Público. A prisão do advogado vem sendo questionada por órgãos internacionais e nacionais, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que acusou a polícia de ter ocultado provas que inocentam.

Durante os 25 dias que ficou na cadeia, Vargas —que agora está em prisão domiciliar— começou a suspeitar que estaria sendo vítima de uma armação, ele disse ter confirmado a suspeita após ter acesso à íntegra dos áudios usados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual para pedirem sua prisão. O acesso ocorreu somente 113 dias após sua prisão, pela defesa do advogado.

O diálogo usado para incriminar Vargas de envolvimento em outro caso de homicídio, tinha 567 mensagens pelo WhatsApp, a polícia e o MP consideraram apenas 2% da conversa, cerca de 12 mensagens, para basear a prisão do advogado.

O advogado, presidente da OAB de Redenção (PA) e responsável pela defesa de Vargas, disse que claramente houve ocultação de provas por parte das autoridades persecutórias durante a fase investigativa, se referindo ao fato de a Polícia Civil e o MP terem ignorado o restante da conversa, em que havia provas para inocentá-lo.

Além da OAB, também acompanham o caso de Vargas a ONU e mais de 20 organizações, como Front Line Defenders, Anistia Internacional, Comissão Pastoral da Terra e Apib, que denunciaram a prisão.

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