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RS: PARALISAÇÃO EM PORTO ALEGRE | Adailson fala sobre paralisação dos rodoviários em Porto Alegre

sexta-feira 29 de maio de 2015 | 14:00

Porto alegre hoje foi palco de manifestações de toda ordem, municipais em greve, transporte coletivo, bancos, escolas, trens, metalúrgicos, todos unidos no dia nacional de mobilização contra a PL 4330 e ajustes do governo Dilma, Sartori, e Fortunati.

Passados alguns meses da greve histórica promovida pelos rodoviários de porto alegre, onde passamos incólumes pela polícia de Tarso Genro, eis que chegou o nosso momento de experimentar o gosto amargo da repressão, a mão de ferro da patronal, os cães de guarda do governo Sartori.

Nós rodoviários de luta, embora a tempos confrontando os interesses da patronal, e até mesmo pequenos conflitos com a PM, tivemos hoje a prova concreta do uso da máquina do estado pra inibir e coagir trabalhadores.

No dia nacional de paralisações, centrais e organizações de trabalhadores chamavam para atos em todo país, e Porto Alegre não seria diferente. Alguns rodoviários da capital, a dias já anunciavam que fariam seu ato e que deveriam aderir ao dia nacional de paralisações, contra o PL 4330 e arrochos do governo Dilma, além claro, de suas próprias demandas de cada garagem.

O sindicato dos rodoviários, filiado à Força Sindical, notória central pelega, animado, chamava desde a última terça, 26, para o ato desta sexta. Mesmo desconfiados, os rodoviários viam como positiva a adesão dos sindicato da categoria no ato desta sexta. Mas uma liminar da justiça do trabalho mudou drasticamente a postura do sindicato no dia de hoje. Essa liminar que previa percentual mínimo de ônibus em operação e previa multa ao sindicato, fez o já nulo sindicato, ficar vergonhosamente a margem das lideranças do movimento.

A polícia cumprindo seu papel contra os trabalhadores

Os policiais, cães do governo Sartori, que tinham carta branca pra atacar trabalhadores passaram a manhã inteira visitando piquetes e usando da força para dissolvê-los. Tendo na Carris, principal empresa de transporte, por volta das 8h30 da manhã, os momentos de maior tensão, onde houve tumulto e início de confronto. Na verdade, logo cedo, a adesão foi de 100%, mas na medida que a PM avançou, deu caminho livre pro acesso de pelegos. Carris, Tinga e sudeste foram as últimas a ceder. A empresa Trevo, resistiu até as 5h, mas mesmo com portões livres, o sistema ficou prejudicado por falta de pessoal, além de que alguns ônibus foram ordenados a retornar a empresa devido a depredações. A STS (tinga), Unibus (sudeste), Carris... todas mantiveram 100% de paralisação até as 8h30 da manhã. A Trensurb foi 100% o dia todo.

Nossa paralisação na Trevo

Logo pela manhã, pequenos grupos já ocupavam a frente das garagens, enquanto na empresa Trevo, chegavam por por volta de 3h30 da manhã. Em nossa rede de contato por whatsapp, as mensagens chegavam a todo momento, transmitindo uma estranha tranquilidade. Quando foi 4h da manhã e todas as garagens da capital estavam de portões fechados, sem nenhum coletivo trafegando, ouvia-se apenas o vai e vem de viaturas da Brigada Militar. Estive na Trevo, ao lado dos companheiros de luta e outros apoiadores, tive a infeliz surpresa de ter de confrontar o Batalhão de Choque pelo nosso direito constitucional de greve, que comandados por um major arrogante e estúpido, chegou pra liberar a saída de alguns coletivos, que já tinham pelegos prontos para operação.

Com muita discussão e empurra-empurra, fomos pouco a pouco sendo pressionados para fora do caminho dos primeiros coletivos a sair da garagem da empresa, eram 5 da manhã... Mas ainda assim, todo o sistema já estava comprometido pelo ato em si. Muitos trabalhadores sequer compareceram no local de trabalho, outros se recusaram a trabalhar sob a falsa “segurança” imposta pela Brigada Militar, e no fim, mesmo com a polícia serviçal da burguesia intervendo, consideramos o ato algo positivo.
O sindicato mais uma vez esteve a margem da vontade dos rodoviários, apenas acatavam as decisões da base e tentavam apaziguar o clima entre o patrão e a base, nada de novo.

Outras empresas da cidade, usaram o ato de hoje também para reivindicar as pautas locais e acertar certas irregularidades. A Tinga, empresa irmã da Trevo, manteve 100% da frota dentro da garagem, e mesmo o Choque liberando os portões, os trabalhadores ficaram de braços cruzados.

Por volta das 8h da manhã, o ato no transporte público foi chegando ao fim, para deslocar trabalhadores em marcha, rumo ao centro de Porto Alegre. Diversas avenidas foram bloqueadas, diversas categorias aderiram, entre elas os metroviários da capital gaúcha, que vem dando mostras frequentes de que estão prontos pra toda luta.




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