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GREVE NA FRANÇA | Ações contundentes dos trabalhadores do gás e da eletricidade na França

Os trabalhadores da energia seguem em pé de guerra contra a reforma trabalhista e a privatização da RTE (Rede de Transporte de Eletricidade). Cortes de luz surpresa e novas ações.

sexta-feira 1º de julho de 2016 | Edição do dia

No dia da manifestação do 28 de junho, várias ações impactantes foram levadas a cabo pelo sindicato CGT-Energie. Os empregados de Enédis (anteriormente FEDER) haviam dado o que falar desde o início do movimento contra a lei trabalhista. Seja por cortar a energia elétrica da casa de Pierre Gattaz (importante empresário industrial francês), ou da prefeitura e da subprefeitura de Tulle (antigo bastião de François Hollande), ou, mais ainda, por ter cobrado a tarifa reduzida de uma parte dos usuários da Ile-de-France, permitindo-lhes poupar um milhão de euros!

Desta vez, na 11ª jornada de mobilização contra a lei El Khomri, a CGT-Energie se destacou mediante vários cortes na região metropolitana de Moulins e na zona industrial sul de Cahors: uma ação que Geneviève Lagarde, Presidente do sindicato misto de sul-Cahors– e também socialista eleita, por alguns – “lamentou”. Este é mais um bom sinal.

Precarização por um lado, privatização pelo outro lado

Para Laurent Indrusiak, secretário geral da CGT de Allier, trata de reafirmar, através dessas ações, a oposição a “lei El Khomri [mas também] a privatização de parte das atividades da EDF [Empresa de Eletricidade]”. De fato, o estado está organizando atualmente a abertura de capital da RTE (Rede de Transporte de Eletricidade), uma filial da EDF. Esta privatização parcial, na mesma linha que a Lei Trabalhista, dará lugar a eliminação de postos, a redução de salários e a tudo ao que estão sendo submetidos os trabalhadores como consequência da concorrência entre as empresas.

Novas ações em perspectiva

Enquanto no dia 5 de julho o texto da lei trabalhista “voltará” para a Assembleia Nacional e o governo não descarta a possibilidade de utilizar novamente o artigo 49.3 para ignorar a votação parlamentar, Laurent Indrusiak adverte: “Não está descartado que teremos que levar adiante outras ações enquanto não nos escutarem”, uma forma de mostrar que não é menor a determinação dos trabalhadores para derrubar esta lei que segue sendo rechaçada por 70% da população.

Neste contexto, a próxima votação do texto na Assembleia Nacional provavelmente seja adiada, e nos surge uma pergunta: Teríamos que recomendar já aos deputados que comprem velas?

Tradução do espanhol Daniel Avec




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