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PESQUISA | Acidente? Em pesquisa, 83% dos entrevistados diz que morte de Teori foi planejada

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná nesta sexta (20) aponta que 83,1% dos entrevistados acreditam que a morte de Teori Zavascki não foi acidente. O questionário foi respondido pela internet por 2.800 brasileiros.

sábado 21 de janeiro de 2017 | Edição do dia

A morte de Teori Zavascki abre um novo capítulo na crise política nacional, e por isso tem gerado inúmeros debates e controvérsias. Entre quinta (19) e sexta-feira, o Instituto Paraná realizou uma pesquisa pela internet em que aponta que 83,1% dos entrevistados acredita que o ocorrido foi de fato um crime, uma ação proposital.

A pesquisa ainda questionou se os entrevistados seriam a favor de que Sergio Moro ocupasse o lugar de Teori no Supremo Tribunal Federal. Apenas 31,1% dos entrevistados se colocou a favor da possibilidade, e 65% deles se colocou contra. O instituto faz a ressalva de que, entre os que são contra, a maior parte tem receio de que a Lava Jato não prossiga sem Moro.

O Instituto aponta que os dados têm um grau de confiança de 95%, com margem de erro 2% para os resultados gerais. Não foram divulgados de quais e quantos estados do país são os entrevistados, apenas que todos tinham mais de 16 anos.

Em que pese o fato de que as pesquisas por internet podem apresentar dados distorcidos da realidade nacional, os números expressam um conteúdo muito presente nas redes sociais e nos locais de trabalho. Em meio à crise política e à inúmeras disputas entre os poderes, a morte de Teori Zavascki aparece para boa parte da população como uma ação consciente de seus adversários.

A podridão do sistema político, demonstrada cada vez mais nos inúmeros escândalos de corrupção e em outros esquemas que vêm à tona, acrescenta ainda mais elementos à estas suspeitas, que expressam também uma enorme desconfiança da população. Neste momento em que a Lava Jato acaba de receber as delações da Odebrecht, onde o nome de Temer aparece 43 vezes, além de outros importantes aliados do governo golpista, o ocorrido apareceu aos olhos de amplos setores como mais uma amostra de que a casta política está disposta a ações brutais para garantir seus interesses, embora não exista nada que comprove o fato como premeditado.

Ocorre que isso já está sendo explorado por Janot e outros interessados para acelerar a Lava Jato, como demonstração de que, mesmo que o ocorrido tenha intenção de barrá-la, ela será garantida. Esta operação, marcada pela arbitrariedade e seletividade, busca atender os interesses imperialistas, além de trocar um esquema de corrupção por outro no cenário político nacional, sem combater, de fato, a farra dos políticos privilegiados com o dinheiro público. As alas do regime que buscam garantir sua própria impunidade querem que a morte de Zavascki sirva para atrasar a operação, ou redirecioná-la para outros focos.

Da mesma forma que não será pelos diferentes atores da política capitalista que se dará o combate à corrupção, a verdade sobre a morte de Teori não será elucidada pela justiça burguesa ou pela polícia, setores demasiado envolvidos nos esquemas e interesses políticos e econômicos que movem a Lava Jato. A verdade sobre esse acidente, portanto, e também sobre os inúmeros esquemas de corrupção que aparecem ou não de acordo com interesses políticos e econômicos, sem uma comissão de investigação independente que conte com sindicatos, intelectuais e organismos de direitos humanos, dificilmente será de conhecimento público.




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