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CRISE TUCANA | Acentuam-se disputas internas no tucanato, com vistas a 2018

Decisão do PSDB paulista de manter o Diretório Estadual, contrariando a vontade do governador Alckmin, expõem as disputas internas do partido e as articulações de seus principais nomes para 2018.

quarta-feira 11 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Ainda que mal iniciado o ano de 2017, muitos políticos já miram seu olhar e sua atuação no ano seguinte, 2018, ano de eleições presidenciais. Assim nos bastidores os diferentes atores buscam articular suas candidaturas.

O PSDB saiu das eleições como o partido mais fortalecido em contraposição à derrocada do PT, e dentro de suas diferentes alas internas foi Alckmin quem mais pode comemorar com a eleição de muitos de seus aliados em diferentes cidades de São Paulo, principalmente com a vitória na prefeitura de São Paulo de seu afilhado político João Dória.

Se os choques entre as frações tucanas já vinham desde antes das eleições municipais, com Serra defendendo a candidatura de Matarazzo, que inclusive rompeu com o partido frente a vitória da candidatura de Dória, daqui para frente se acirrarão até que o partido se unifique em torno de um nome.

Mais uma dessas disputas prévias ocorreu em torno da decisão de manter a mesma direção da legenda no estado. O PSDB paulista contrariou o governador Geraldo Alckmin e desistiu de eleger uma nova direção para a legenda. Com isso, prevaleceu uma determinação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que prorrogou seu próprio mandato na presidência nacional do partido e estendeu a medida para todos os diretórios.

O presidente do partido no Estado, deputado Pedro Tobias, justificou a decisão de ficar mais um ano à frente do Diretório Estadual com o argumento de que se "preocupa" com a sucessão ao Palácio dos Bandeirantes em 2018.

Segundo ele, o temor é de que Alckmin, para viabilizar sua candidatura à Presidência, faça uma aliança com os pessebistas em detrimento de um nome do PSDB em São Paulo. Os pessebistas sinalizam até com a possibilidade de lançá-lo diretamente pelo partido na disputa caso não se viabilize no PSDB, a contrapartida seria o apoio de Alckmin a candidatura de Marcio França, atual vice-governador, em São Paulo.

Em outra declaração que evidenciou a divisão entre os tucanos, o presidente do PSDB paulista ainda reclamou da falta de apoio do partido ao vereador Mário Covas Neto (PSDB) na disputa pela presidência da Câmara Municipal paulistana. A bancada tucana seguiu orientação do prefeito João Doria, afilhado político de Alckmin, e votou no vereador Milton Leite (DEM), que se elegeu.

Antes de articular sua permanência no cargo, o dirigente tucano consultou Serra e o senador Aloysio Nunes Ferreira, líder do governo Michel Temer no Senado. Adversários de Alckmin no partido, ambos chancelaram a iniciativa. Já Aécio não participou da articulação no diretório paulista.

Enquanto que os caciques dos partidos já se adiantam nos embates internos em torno da articulação de suas candidaturas com vistas a 2018, a turbulência política ainda está longe de encerrada, e em cada cidade o ano começou com dívidas deixadas pelas gestões anteriores, corte de salário de funcionários públicos, a promessa de ainda mais cortes e o aumento das passagens do transporte público, por exemplo. Como os “prefeitos gestores”, perfil de grande parte dos aliados de Alckmin, lidarão com essas questões e como crescerá a insatisfação por parte da classe trabalhadora são questões que ainda tem de ser respondidas este ano, e que influirão nas decisões do próximo ano.

Com informações da Agência Estado




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