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Greve de Professores de Natal | Abaixo o corte de ponto e multa da justiça contra o direito de greve dos professores de Natal (RN)!

Em decisão publicada na manhã de sexta-feira (8), o Tribunal de Justiça do RN acatou o pedido do prefeito Álvaro Dias (PSDB) de atacar o direito de greve dos professores do município de Natal.

domingo 10 de abril de 2022 | Edição do dia

A decisão determina suspensão imediata da greve com previsão de multa para o sindicato em caso de desobediência. O TJ-RN também autorizou a prefeitura a descontar dias paralisados dos salários dos servidores.

Uma medida escandalosa de criminalização da luta dos professores da capital potiguar. Essa greve é pela garantia do simples direito ao pagamento do Piso Salarial para a categoria, depois de dois anos de salários congelados por Bolsonaro, em meio a inflação record dos alimentos, do gás e dos combustíveis. Ameaçar cortar o salário nesse momento é usar a fome como medida de repressão à categoria.

Os professores denunciam ainda que o retorno presencial nas CMEIs e outras unidades educacionais do município não tem merenda suficiente para os alunos, em sua maioria crianças em estágio de crescimento. Ou seja, Álvaro Días se mostra um verdadeiro administrador da fome nessa cidade, não dando o que comer até mesmo para as crianças, fazendo jus a tradição do tucanato de roubar merenda escolar como fez durante anos Geraldo Alckmin em São Paulo.

Além disso, o prefeito ameaça colocar em votação uma lei que visa transformar o Piso Salarial em teto, ou seja, tornar um direito mínimo em máximo, e que acarretaria na prática a redução de salário de uma parcela significativa dos professores de Natal. Com isso, o prefeito quer se mostrar um coronel linha dura para os empresários e patrões da cidade, capaz de avançar com medidas draconianas que descarregam a crise nas costas dos trabalhadores e da população.

A mobilização dos professores de Natal conseguiu fazer com que essa lei não tivesse seguimento na Câmara de Vereadores. Ainda assim, é necessário de ampliar a solidariedade da população com a categoria, sobretudo contra o corte de ponto e a defesa do pagamento do piso. Uma solidariedade contra esse judiciário reacionário, que mais uma vez mostra que não está a serviço dos interesses dos trabalhadores e da população.

A derrota de Álvaro Dias e da justiça pelos professores é uma vitória de toda a população de Natal, e de todo o país, que sofre com a inflação, o desemprego e a precarização do ensino. Favorece, por exemplo, a luta dos estudantes da UFRN, que realizaram uma manifestação na sexta-feira pela volta do RU e também para brigar pela volta das linhas de ônibus cortadas pela SETURN durante a pandemia, e ampliação das linhas do circular, frente ao superlotamento dessa linha.

Nós do Esquerda Diário, junto aos estudantes e jovens trabalhadores da Faísca Revolucionária, nos colocamos lado a lado dos professores de Natal, colocamos nosso site a disposição de denúncias e de dar voz à luta da categoria, assim como fizemos com a greve de professores estaduais e do DETRAN contra os ataques do governo de Fátima Bezerra (PT). Estivemos junto aos estudantes de Ciências Sociais da UFRN que levaram solidariedade ativa ao acampamento realizado na última quinta-feira.

Isso por que acreditamos que é necessário construir uma alternativa que lute pela unificação das greves pelo país, como essa à dos garis do RJ e professores de MG, com à juventude, para barrar os ataques de Bolsonaro, junto ao Congresso, essa justiça reacionária e os militares. Nesse momento de eleição, muitos veem que a única saída contra Bolsonaro é o voto na chapa Lula-Alckmin em outubro. Para nós, não vai ser possível responder à situação de crise que estamos vivendo pela via das eleições, sobretudo porque Lula está mostrando com essa aliança que o objetivo do PT é seguir administrando todas as reformas, cortes e privatizações do regime do golpe institucional de 2016, mantendo e dando continuidade aos ataques de Temer e Bolsonaro. Ataques esses garantidos com aval e atuação direta do STF e outros atores do judiciário.

Acreditamos na força da unidade entre os de baixo, da class trabalhadora e da juventude, por isso exigimos que a CUT e a CTB rompam com a sua paralisia e divisão das greves pelo país, a serviço dos acordos do PT com a direita e os capitalistas, e construam uma forte mobilização nacional contra os ataques




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