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SAÚDE RJ EM CRISE | A voz de uma trabalhadora terceirizada do HUPE em meio à crise da saúde RJ

sexta-feira 29 de janeiro de 2016 | 00:02

Em meio a uma profunda crise que vem se desenvolvendo desde final de 2014 quando os atrasos dos salários dos trabalhadores terceirizados se tornaram sistemáticos, a situação que marca a realidade do Hospital Universitário Pedro Ernesto é caótica.

O Esquerda Diário conversou com Rosangela Ferreira de Almeida de 43 anos, funcionária terceirizada da empresa Construir que tem vivido essa situação desde o começo e tem participado nas manifestações junto com as estudantes do CASS da UERJ em diversas manifestações desde 2014. Rosangela relata que a situação foi e está sendo difícil, e que "vem fazendo greve há mais de um ano devido à falta de salário, atrasos. Esse mês ainda não recebemos a folha de dezembro e vamos encostar na folha de janeiro e ainda não recebemos a segunda parcela do décimo - terceiro".

Rosangela também relatou como essa situação de incerteza, e precarização das condições de vida dos trabalhadores afeta o dia-a-dia e as preocupações dos trabalhadores frente à ameaça do desemprego. "Não ta fácil para ninguém lá dentro, e ainda vem essa preocupação com as histórias que surgem dizendo que o HUPE vai fechar, que está tendo licitação para novas empresas, tudo isso tem mexido bastante com o psicológico das pessoas, de nós funcionários".

Não só a ameaça do desemprego mas também os mau tratos que recebem dentro do ambiente de trabalho no Pedro Ernesto. "Passamos também por diversos constrangimentos quando vamos pedir explicação sobre nosso salário, porque a supervisora é irônica, nos trata com uma falta de respeito horrorosa.Chega a nos indicar o endereço da sede da empresa e nos diz ’olha, Paulo de Frontin 190, porque não sou eu que tem que botar dinheiro na sua conta’."

Isto mostra como os trabalhadores terceirizados ficam desprotegidos neste cenário de crise, porque por um lado a empresa atrasa nos pagamentos ou simplesmente não tem previsão de pagamento para esses trabalhadores e por outro o Estado não repassa as verbas para as empresas então quem fica sem dinheiro para sobreviver é o trabalhador.

Consultada sobre as condições em que encontra-se o hospital universitário a trabalhadora da limpeza afirmou que "é uma situação bem feia mesmo a que nós estamos vivendo ali dentro. Ontem por exemplo eles estavam mandando pacientes para casa e deixando de realizar atendimentos devido à falta de limpeza. O ambulatóriopediátrico está fechado porque as funcionarias da limpeza que trabalham nessa parte estão paradas também em movimento de greve. E assim, com essa situação toda a estrutura está toda comprometida, porque já está se deixando de fazer coisas devido à falta de limpeza, o plantão geral está fechado. Os banheiros estão muito sujos, os corredores nem tanto aqui aonde se vê, mas nas partes internas estão bem sujas,porque a coleta de lixo não está sendo feita. Ou está sendo feita pela metade porque tem algumas pessoas do resíduo paradas também, e assim, tem prejudicado bastante o andamento das coisas, porque como é que vai fazer uma cirurgia se não tem uma equipe de limpeza?.E se a equipe não recebe ela não vai voltar trabalhar com o 100% do pessoal".

A crise na saúde continua-se aprofundando cada dia, precarizando o atendimento, diminuindo ou mesmo eliminando as internações, e mantendo o trabalho dos terceirizados, contratados e servidores completamente precarizados e com um futuro incerto frente às ameaças de possíveis demissões e fechamento do hospital enquanto o governador perdoa dividas de grandes empresas e assume as dividas de outras e gasta milhões em publicidade, sem mencionar o esquema das olimpíadas.

Basta de precarizar a saúde da população! Abertura das contas dos gastos com as olimpíadas e expropriação sem indenização de todas empresas envolvidas no desvio de verba pública! Dinheiro público para saúde pública, educação e para pagar os salários de todos servidores! Basta de trabalhar sem receber, que todo terceirizado que serve ao estado seja efetivado como servidor público, sem necessidade de concurso!




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