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FORA BOLSONARO E MOURÃO | A única maneira séria de enfrentar Bolsonaro e Mourão é não se aliando à direita

Nesta semana vimos a assinatura conjunta do pedido do “super impeachment” entre partidos de esquerda como PSOL, PSTU, PCB e UP com de direita como PSDB, PSL e MBL (parte do DEM). É urgente que as organizações de esquerda não confiem na direita neoliberal que defende e aprova reformas, privatizações e demissões. Precisamos confiar nas nossas próprias forças organizadas.

Lara ZaramellaEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

sexta-feira 2 de julho de 2021 | Edição do dia

Imagem: Mídia Ninja

Desde o ato do dia 29 de maio, se mostrando novamente no dia 19 de junho, vem se expressando a indignação da juventude e trabalhadores com o governo Bolsonaro-Mourão e toda a situação catastrófica que vivemos de crise sanitária e mais de meio milhão de mortos pela Covid, de desemprego e trabalho precário, da fome e carestia de vida atingindo milhões de brasileiros.

Diante do recente escândalo de corrupção no caso Covaxin e do pedido de propina a US$ 1 por dose de vacina, a indignação por parte da população só aumentou, assim como as movimentações entre os partidos políticos que visam e pesam as consequências de uma possível retirada de Bolsonaro da presidência.

É nesse contexto que as direções dos movimentos foram pressionadas para chamarem atos contra o governo neste próximo sábado, 3 de julho. Assim como é nesse contexto também que partidos se aliaram para assinar conjuntamente o “super pedido de impeachment”, unificando PSOL, PSTU, UP e PCBa partidos de direita como PSDB, PSL e MBL.

Nós do Esquerda Diário sempre afirmamos a importância de saídas independentes, que confiem nas nossas próprias forças organizadas, unificando a juventude com os trabalhadores, indígenas e movimentos sociais. Não podemos ter nenhuma confiança com a direita, que sempre nos atacou. Diferentemente do que o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, disse de que “qualquer partido é bem vindo”, ou Jones Manoel do PCB que declarou que precisamos do apoio dos grandes “caciques da direita” pra fazer a diferença, não será se aliando a eles que iremos derrotar Bolsonaro.

Não faltam exemplos dos absurdos cometidos pelos partidos de direita que hoje encampam, demagogicamente, o pedido de impeachment de Bolsonaro, com claros interesses políticos e visando as eleições de 2022 e possibilidade de entrada de uma “terceira via”, um candidato de direita menos extremista que Bolsonaro, ao mesmo tempo que é uma alternativa contra o retorno do PT de Lula.

Leia mais: Afinal, o PT quer derrubar Bolsonaro?

São esses partidos de direita neoliberais que pavimentaram o caminho para a eleição de Bolsonaro junto ao STF, apoiando o golpe institucional de 2016, defendendo a prisão de Lula e a impossibilidade de pode eleger-se em 2018. São esses partidos que no Congresso estiveram de mãos dadas com o próprio Bolsonaro para aprovar cada um dos últimos ajustes, privatizações, medidas provisórias que atacam o emprego, que garantem a implementação das reformas trabalhista e da previdência.

O que querem é descarregar a crise nas costas da maioria trabalhadora. Para isso tiraram o PT do governo em 2016, para isso apoiaram, mesmo que de nariz tampado, a eleição de Bolsonaro e o decorrer de seu governo. Seus cálculos políticos de impeachment, de desgaste, de apoio, sempre estão a serviço da manutenção e aumento do lucro da burguesia.

É por todos esses fatores que não podemos ter um mínimo de confiança nesses setores que são responsáveis por estarmos onde estamos. Para derrotar Bolsonaro, Mourão e o regime político do golpe que descarrega a crise em nossas costas, precisamos unificar a classe trabalhadora e os setores oprimidos.

Leia mais: Greve geral para derrubar Bolsonaro, Mourão, os ataques e impor uma nova Constituinte

Precisamos confiar em nossas forças, exigindo das centrais sindicais como a CUT e a CTB, dirigidas pelo PT e PCdoB, assim como exigindo das entidades estudantis como a UNE, dirigida pelos mesmos partidos, milhares de assembleias de base, verdadeiramente democráticas para tomarmos os rumos da luta em nossas mãos, não confiando nessas alianças com a direita ou nenhuma saída institucional como o impeachment, e eleitoral para eleger o próximo ajustador e administrador dos ataques em 2022.

Através dessas assembleias, reuniões e debates em cada local de estudo e trabalho, apostando em nossa auto-organização, poderemos preparar uma forte Greve Geral que barre os ataques e derrote Bolsonaro e Mourão, com independência de classe e sem aliança com a direita neoliberal. E com isso, com a nossa mobilização, impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que revogue todas as reformas, colocando os rumos da sociedade nas mãos da população, a maioria trabalhadora, e não nas instituições que com seus privilégios e interesses, defendem os lucros de uma minoria.




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