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DO EDITOR PARA O LEITOR | A primeira rede internacional de diários digitais da esquerda

Trata-se da ambição de chegar diariamente com ideias revolucionárias a dezenas de milhares de pessoas em distintos países onde esteja colocada a possibilidade de enraizar uma nova tradição militante no movimento operário, no movimento estudantil e no movimento de mulheres. Algo completamente inédito na história das lutas dos trabalhadores.

Daniel MatosSão Paulo | @DanielMatos1917

sexta-feira 19 de junho de 2015 | 20:13

Segundo o Goolge Analytics, desde seu lançamento em setembro de 2014 o Esquerda Diário já teve quase 6 milhões de visitas. Nos últimos 30 dias, foram 477 mil visitas por mês na Argentina, 138 mil no Brasil, 96 mil no Chile e 56 mil no México. Nesses países, o Esquerda Diário conta com portais que refletem diariamente a política, a luta de classes, a cultura e distintos aspectos da vida da classe trabalhadora, da juventude e das mulheres que não são refletidas pelos pela mídia capitalista.

Como uma ferramenta cuja principal plataforma impulsionadora encontra-se na América Latina, o Esquerda Diário conta com seções especiais no Uruguai, na Venezuela e na Bolívia, e através do Estado Espanhol desembarca na Europa. Avançando como uma rede internacional, no dia 9 de junho foi lançado o Révolution Permanente, um portal diário de informações em francês que em sua primeira semana teve quase de 20 mil visitas. Em breve a seção especial de artigos em inglês se transformará em Left Voice, futuro nome da rede na língua anglo-saxã.

São dezenas de artigos diários escritos em distintas línguas refletindo a política, a economia, a luta de classes, a cultura, o esporte e os movimentos de luta contra a opressão às mulheres e aos homossexuais; enfim, sobre os mais distintos aspectos da vida da classe trabalhadora.

Na Argentina, onde surgiu, o Esquerda Diário expressa a fusão entre a militância do Partido de Trabalhadores Socialistas (PTS) no parlamento com deputados que colocam suas bancadas a serviço da luta de classes, em centenas de fábricas e serviços estratégicos com dirigentes operários que buscam construir uma corrente classista e revolucionária dentro da classe trabalhadora, nos movimento de mulheres Pão e Rosas que adota uma perspectiva socialista ligada às lutas dos trabalhadores e na juventude.

No Brasil, lançado em 25 de março, o Esquerda Diário vem sendo uma voz independente da burocracia sindical na luta para que o movimento contra os pacotes de ajuste de Dilma não fique restritos a pequenas ações sim que possa ser forte o suficiente para impedir que o PT em aliança com a direita siga descarregando a crise sobre as costas dos trabalhadores. Frente aos escândalos de corrupção que atingem todos os partidos dominantes, em meio às greves de professores que se alastraram por 10 estados, o Esquerda Diário vem impulsionando uma campanha de massas para fazer amplamente conhecida a demanda de que todo político ganhe o mesmo que uma professora, conquistando mais de 250 mil apoios na internet, além de centenas de fotos de apoio de trabalhadores e jovens em seus locais de trabalho e estudo.

Nessas batalhas, o Esquerda Diário no Brasil, impulsionado pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), tem se consolidado como o principal portal da esquerda nesse país de dimensões continentais, superando os o PSOL, o PSTU e o PCO nesse terreno, que são os partidos de esquerda mais conhecidos.

São centenas de correspondentes espalhados em distintos países, com cobertura ao vivo dos acontecimentos de dimensão internacional, programas audiovisuais, figuras públicas que falam a partir de seus locais de trabalho e de estudo e sobretudo uma enorme rede de trabalhadores, trabalhadoras e jovens que colaboram diariamente.

No Chile, o Esquerda Diário é impulsionado pelo Partido de Trabalhadores Revolucionários, que tem expressado a retomada das mobilizações estudantis juntamente às lutas de professores e outros setores da classe trabalhadora em função da reforma trabalhista implementada por Bachelet, lutando pela unidade entre os distintos setores em luta.

No México, o Esquerda Diário expressa a atuação do Movimento de Trabalhadores Socialistas (MTS) como parte da luta pela aparição com vida dos 43 estudantes desaparecidos em Ayotzinapa; e frente à tentativa dos partidos dominantes de utilizarem as eleições recém concluídas para desviar as atenções dessa ferida aberta e relegitimar o regime, ecoou a campanha pelo voto nulo ou boicote ativo de protesto contra a desaparição dos estudantes secundaristas, na perspectiva de construção de um partido revolucionário capaz de expressar as demandas dos explorados e oprimidos também no terreno eleitoral.

Na França, como parte da rede internacional Esquerda Diário, Révolution Permanente é impulsionado pela Corrente Comunista Revolucionária, que em aliança com outros setores da esquerda recebeu 20% dos votos no último Congresso do Novo Partido Anticapitalistas, integrando duas dezenas de companheiros à direção desta que é a organização mais conhecida da extrema esquerda nesse país.

No Estado Espanhol, os companheiros do grupo Classe contra Classe, que tiveram uma participação destacada nas duras greves de Panrico e Coca-Cola, trabalham em uma instituição que se chama “Ganhemos Comissões Operárias”, que buscam recuperar para as lutas dos trabalhadores os sindicatos que surgiram contra o movimento fascista do franquismo.

Na América Latina, frente ao declínio dos governos pós-neoliberais ditos “progressistas”, o Esquerda Diário busca emergir como uma voz que expressa uma nova tradição militante no movimento operário, na juventude e no movimento de mulheres. Uma voz que trabalhe para que a experiência com esses governos não seja capitalizada pela direita que se recupera eleitoralmente em distintos países do continente, expressando uma alternativa baseada na luta pela independência política dos trabalhadores em uma perspectiva revolucionária.

Na Europa, frente ao ascenso do Syriza na Grécia e do Podemos no Estado Espanhol, o Esquerda Diário tem mostrado cotidianamente as contradições e os limites dessas novas utopias reformistas, buscando assentar as bases de uma alternativa revolucionária que possa responder aos anseios dos trabalhadores, trabalhadoras e jovens que mais cedo ou mais tarde verão as consequências dos pactos que esse novo reformismo está fazendo com forças políticas reacionárias para chegar ao poder.

Como uma rede internacional de diários digitais, o Esquerda Diário busca expressar uma voz anti-imperialista baseada na força da classe trabalhadora e da juventude organizada a partir das fábricas, escolas e movimentos sociais. Trata-se da ambição de chegar diariamente com ideias revolucionárias a dezenas de milhares de pessoas em distintos países onde esteja colocada a possibilidade de enraizar uma nova tradição militante no movimento operário, no movimento estudantil e no movimento de mulheres. Inaugura-se uma prática internacionalista na qual as batalhas pela fusão entre o marxismo e o movimento de massas que são travadas em um dado país dialoga, interage e se irmana com batalhas comuns que são levadas adiante nos demais países que fazem parte de uma mesma rede internacional de diários digitais. Algo completamente inédito na história das lutas dos trabalhadores, já que mesmo nos momentos auges da III Internacional logo após a Revolução Russa, quando existia uma integração de partidos revolucionários com influência de massas em vários países do mundo, os meios de comunicação não permitiam que se desenvolvesse um internacionalismo como esse.

Esse é um aporte que a Fração Trotskista – Quarta Internacional busca fazer para contribuir na construção de um Movimento por uma Internacional pela Revolução Socialista, que para nós é a IV Internacional.


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