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CORONAVÍRUS NO RS | A política de Leite e Melo levaram o RS ao seu mês mais mortífero em 50 anos

Em 50 anos de história do estado do Rio Grande do Sul foi a política de Eduardo Leite e a de Sebastião Melo que levou ao momento mais mortífero do estado. Juntos o prefeito da capital e o governador conseguiram flexibilizar para os empresários e levar a saúde ao caos sanitário agravado pela covid-19.

terça-feira 13 de abril de 2021 | Edição do dia

TARSO SARRAF/FOTO

O Rio Grande do Sul do governo de Eduardo Leite está em meio ao maior pico de mortes em 50 anos. De acordo com o Departamento de Economia e Estatística (DEE RS) do estado é a primeira vez em meio século que um mês registra número de óbitos maior que nascimentos. O mês de março de 2021 foi devastador e esteve presente nas nossas notas do Esquerda Diário, nele enquanto nasceram 11.971 pessoas foram registradas 15.802 mortes. Dessas mortes 48% foram em decorrência da covid-19, isto é, 7.651 um número assustador e quatro vezes maior que o do mês de fevereiro onde 1.943 vidas foram perdidas por causa do vírus.

Ao longo do mês passado o Rio Grande do Sul foi um dos estados que mais perdeu vidas para covid-19. Foram mais de três semanas com as UTIs operando acima de 100% de sua capacidade, profissionais da saúde eram obrigados a internar pacientes em estado grave em qualquer lugar do hospital, incluindo os depósitos. A capital Porto Alegre foi o epicentro dos registros de mortes e superlotação de hospitais, enquanto profissionais da saúde linha de frente contra o coronavírus pediam mais EPIs, vacina para todos e ampliação dos leitos de UTI, a ordem do estado era empilhar pacientes onde fosse possível. Nas palavras do prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo (MDB) no mês de março “Sempre vai poder pôr mais alguém” se referindo a o número de pacientes nos hospitais da capital.

Com uma aparente queda dos números de casos confirmados e mortes pela Covid-19 a taxa de ocupação de leitos continua próxima aos 100%, nessa segunda-feira (12) está em 91,3% considerando os leitos das redes pública e privada, os registros são do painel de acompanhamento da covid-19 aqui do estado, confira aqui. Mesmo com números menores ainda faltam leitos em hospitais particulares que não tem como acomodar pacientes em estado grave. Contudo o que demonstram os fatos é que o mês de março de 2021 foi o pior mês da pandemia em um ano. O governador Eduardo Leite apenas decretou bandeira preta para todo o estado no dia 27 de março quando o crescimento de contagio do vírus era exponencial. Durante os meses de veraneio com praias lotadas e comercio aberto o litoral permanecia em bandeira amarela (risco baixo) o que levou muitas pessoas as praias da região. A vacinação não possuía números expressivos e ainda engatinhava no estado. Esses fatores ligados à política de “abre tudo” de Sebastião Melo em Porto Alegre nos levaram a uma inversão de bônus demográfico no mês de março, ou seja, existiam mais pessoas em idade economicamente não produtiva em relação às de idade produtiva.

Mesmo diante de fatos tão brutais Sebastião Melo continua desesperado por contribuir com o lucro dos empresários que ajudaram em sua candidatura. Em uma live ele chegou a dizer “contribua com a sua vida para que a gente salve a economia do município de Porto Alegre”. É exatamente isso que o prefeito deseja nesse mês de abril e os que se seguiram, pois ele conseguiu junto a Eduardo Leite flexibilizar, a abertura dos comércios que permaneceram abertos toda a semana, afrouxando as restrições em nome do lucro e não dos trabalhadores. Enquanto isso os trabalhadores continuam morrendo, não apenas em decorrência da covid-19, também de outros fatores, simplesmente porque não há disponibilidade para atender todos. Isso é uma evidência de que Eduardo Leite esta descarregando toda a crise sanitária nas costas dos trabalhadores.

Desde que a pandemia começou a se agravar Leite chegou a restringir a economia em alguns momentos, mas sem proibir as demissões e sem garantir um auxílio para que os trabalhadores não passem fome em meio à alta dos preços. É preciso proibir as demissões e também garantir um auxilio emergencial de pelo menos um salário mínimo para que os trabalhadores possam por comida na mesa. O auxílio emergencial de Bolsonaro não é o suficiente para as famílias se alimentarem e quitarem as contas básicas. O que fazem os governadores quando “abrem tudo” é ao contrário disso, diminuem salários, dobram carga horária e mandam os trabalhadores sem EPIs para trabalhar em meio à circulação do vírus. Sabe-se que é preciso vacinação em massa, vacina para todos para retomar as atividades com segurança. O argumento de Sebastião Melo é falho e genocida, não precisamos dar nossas vida para salvar a economia. Precisamos de mais leitos de UTIs, quebra das patentes de vacina para acelerar o processo de vacinação, a disponibilização da rede hoteleira privada para alocar pacientes. Os capitalistas não podem mais lucrar em cima das nossas mortes eles precisam pagar por essa crise.




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