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GREVE E OCUPAÇÃO EM CAXIAS | A luta se polariza no Cristóvão de Mendoza e mais professores aderem à greve

segunda-feira 23 de maio de 2016 | Edição do dia

As máscaras de neutralidade começam a cair a partir do momento que a greve se intensifica e mais professores se posicionam a favor das ocupações. Com o discurso de que todos tem o direito de se manifestar, mas todos os que querem tem o direito de ter aulas, a diretoria pensa manter a escola funcionando para aqueles que já tem as passagens das férias compradas e para aqueles que não acreditam mais que uma luta consistente seja possível. Assim se cria dois campos pedagógicos na escola. Os alunos poderão escolher: ser protagonistas de sua luta e aprendizagem ou se manter na tradição escolar que forma para a obediência e para responder provas objetivas, ou seja, uma "educação bancária". Assim, as ocupações tendem a se intensificar.

De outro lado, para a ocupação no Cristóvão, o refeitório foi negado aos alunos e depois negado aos professores que apoiam a ocupação e que disseram se responsabilizar pelo uso do espaço. No dia seguinte o refeitório é soldado. Isso, soldado! Revelando que alunos de ocupação são vistos como alunos de segunda classe, pois não podem tocar na merenda dos alunos que "querem ter aulas". Agora, porém, com a porta soldada, se nega a todos um direito básico, parcamente garantido pelo estado e agora negado pela instituição.

Existe também uma pressão de alguns professores de direita que, do mesmo modo que ocorre em outros estados, pressionam alunos para que desocupem a escola para que não sejam prejudicados. Entretanto, estes, não entendem que o prejuízo é muito maior deixando como está a educação e o próprio prédio da escola que está estruturalmente comprometido. É preciso tomar a mudança em nossas mãos, tanto para que os professores recuperem o ânimo, o respeito e a moral, quanto para aproximar as teorias de uma educação libertadora, que tanto se fala, da prática pedagógica que está cada vez mais esquecida nos espaços da escola.

No dia 21/5, a ocupação convidou diversas manifestações culturais, entre elas capoeira, rap e riphop além do grupo Maracatu. Recebeu também um debate junto à secretaria municipal da saúde e o Conselho Regional de Psicologia sobre a questão antimanicomial e imigratória. O apoio de diversos setores da sociedade que trouxeram comida, colchões e cobertores, além de suporte jurídico, demonstrou que estes estudantes não estão sozinhos e isolados. Enfim, a escola se abriu para a comunidade e está se tornando um espaço público e de debate democrático como deve ser.

Entre as reivindicações dos alunos estão: o cumprimento do PNO (Programa Nacional de Obras) pela reforma integral do prédio; o pagamento do piso nacional do magistério para os professores; o não parcelamento de salários; pelo quadro completo de funcionários; que a merenda não seja ameaçada etc.

É hora de ocupar e resistir! Todo o apoio às ocupações! Pelo direito a uma educação gratuita e de qualidade! #ocupatudo




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