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MARIELLE FRANCO | A hipocrisia da Globo no caso de Marielle e Anderson

sexta-feira 14 de setembro de 2018 | Edição do dia

Imagem: Junior Lago/UOL

Hoje completam seis meses do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes e o que temos até agora é uma investigação que não resposta alguma. Isso torna ainda mais urgente batalharmos por uma comissão independente que investigue esse crime e por uma mobilização ampla e de massas para que o próprio Estado seja obrigado a investigar e punir os culpados e para que forneça os recursos e as condições para desenvolver essa investigação independente.

A maneira precária e inconseqüente que o rumo dessas investigações vem tomando não é, infelizmente, o único fato de causar espanto e revolta. Tão revoltante quanto isso é a Globo em seus editoriais e noticiários criar de maneira hipócrita um espectro de compaixão, comoção e combate ao assassinos de Marielle e Anderson.

Não podemos esquecer que essa emissora golpista fazia questão de transmitir ao vivo a “ocupação” de favelas ao longo do processo de expansão das UPPs no Rio, mostrou orgulhosa as bandeira do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro sendo hasteadas em favelas como Rocinha e Vidigal por policiais do Bope (Batalhões de Operações Especiais) seguidos por tanques de guerra do Exército Brasileiro. Defendeu naquela época e defende até hoje um discurso pela guerra às drogas e repressão de favelas que encarcera e mata a população negra e moradora de periferia.

Atualmente, no jornal Bom Dia Rio, o âncora do programa Flávio Fachel é um entusiasta ensandecido da criminalização da pobreza e da Intervenção Federal na cidade, ele não passa uma manhã sequer sem defender o aumento do policiamento nas ruas e mais repressão militar nas favelas.

Não podemos nos calar frente à hipocrisia da Globo e de outras mídias burguesas no caso do assassinato de Marielle e Anderson, a Globo é antes de mais nada apoiadora do golpe institucional e dos ajustes que intensificam a precariedade de vida de milhões de trabalhadores e aumentam de maneira profunda o quadro de violência na vida dessas pessoas. Sua comoção com o caso da vereadora do PSOL assassinada não esconde o fato de querer capitalizar esse sentimento político contra a intervenção no Rio a violência policial para a direita, fortalecendo ainda mais a guerra às drogas e a repressão militar em favelas. Nem muito menos o papel que ela mesma cumpre em fortalecer o discurso reacionário de intervenção federal nas favelas do Rio de Janeiro e no genocídio do povo negro.

Não podemos deixar de desmascarar esses setores reacionários e golpistas que tentam de maneira hipócrita e oportunista esconder sua cara mais reacionária criando uma falsa comoção com o assassinato de Marielle e Anderson.




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