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PT E O DUPLO DISCURSO | A "grande proposta de oposição" do PT à reforma da Previdência é que a votação seja no domingo

O líder da bancada do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), defendeu que a votação da reforma da Previdência seja realizada no domingo para “dar visibilidade ao tema”, apesar de ser um tema amplamente conhecido e rechaçado. Uma tática sobre como votar e nao uma intransigência para retirada da pauta. Essa afirmação do PT mostra sua “oposição conciliada” que longe de ser contra a reforma, busca com um duplo discurso se mostrar por um lado uma alternativa aos capitalistas e a casta política e por outro dar “ares de combate” a partir das centrais sindicais e discursos inflamados para impedir o desenvolvimento de uma luta real para derrotar a reforma.

Isabel Inês São Paulo

terça-feira 28 de março de 2017 | Edição do dia

Uma tática sobre como votar a reforma da previdência, e não a defesa intransigente dá retirada desse ataque da pauta. A proposta do petista pode gerar até risos aos leitores, frente a um ataque histórico orquestrado pelo governo Temer, e após o dia 15M onde os trabalhadores mostraram sua vontade de lutar. O PT propõe a votação no domingo para que a população assista os parlamentares acabarem com o direito a aposentadoria, a passividade e conciliação da proposta mostra como o PT esta longe de querer fazer qualquer oposição à reforma.

O líder petista afirma que a proposta da data para votação é para que a população “entenda o que, de fato, será votado: a retirada do direito a benefícios previdenciários e à aposentadoria. A sociedade brasileira merece saber a posição dos deputados, merece conhecer os argumentos a favor e contra e, principalmente, saber como vota cada um deles". Questão é que grande maioria da população rechaça a reforma, e no 15M os trabalhadores mostraram sua vontade de lutar contra a reforma, não de assistir a votação, conforma a proposta petista.

A bancada do PT na Câmara dos Deputados também entrou com mandado de segurança no STF para tentar anular a votação que aprovou o projeto da terceirização geral e irrestrita na semana passada. Para mostrar alguma ação “midiática de oposição”, mas completamente inofensiva, claro.

Essa política é parte do duplo discurso petista, não a toa, no parlamento propõe que a população assista a votação dando ares de proposta democrática, e nas ruas fala contra o golpe, o Temer e os ajustes. Sem impor resistência de fato, a CUT falou que a votação da terceirização “pegou de ultima hora”, só não fala que no governo do PT a central permitiu o avanço da terceirização sem luta.

E para os trabalhadores falam em luta, ao mesmo tempo que por via de suas centrais sindicais não organizam nenhum plano real jogando a próxima paralisação para daqui a um mês, e ainda tentam fazer dos atos e paralisações que tiveram, como no 15M, de palanque para construir a campanha do Lula em 2018. E por outro lado estão construindo a imagem de uma alternativa responsável para a burguesia, e também para a casta dos políticos. Não podemos deixar na mão destes oportunistas a batalha contra os ataques de Temer, por isso é preciso nos organizar em comitês de base para impor a greve geral já!

Leia também: Venha construir Encontros por uma greve geral já contra as reformas, Temer e os capitalistas




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