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CORONAVÍRUS | A falácia do "Dia D" de combate ao coronavírus da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

Patético: Em escolas que mal contam com sabonetes para os alunos, com recorrente falta de água e muito menos álcool gel, Secretaria Municipal de Educação divulga “Dia D” de combate ao Covid-19.

terça-feira 17 de março de 2020 | Edição do dia

Na ultima sexta-feira 13, a secretaria municipal de Educação de São Paulo anunciou a realização de um dia D de prevenção ao Covid-19 na terça-feira dia 17 como forma de combate a pandemia em curso. Nessa segunda feira a SME reforçou o anúncio em seu perfil no Facebook. A secretaria afirma que a atividade alcançará mais de 1 milhão de estudantes e 80 mil trabalhadores da educação em todas as escolas. No chamado a secretaria destaca que medidas de prevenção como a lavagem das mãos com água e sabão serão enfatizadas. Mas o fato é que nas escolas municipais, assim como nas estaduais, mal há sabonete nos banheiros para os alunos, e em tantas outras vezes falta água nas escolas. Tão pouco foram fornecidos álcool gel para as escolas, outra medida de prevenção contra a contaminação.

Na nota a secretaria afirma que seus funcionários receberam uma formação sobre o Corona vírus no dia 07 de fevereiro para que as recomendações de saúde fossem replicadas nas escolas do município. Mais de um mês depois, com a epidemia já deflagrada no munício, não há notícias de que qualquer atividade formativa com esse intuito foi realizada nas escolas. Sobre o “dia D”, em sua véspera, os trabalhadores das escolas sequer estão sabendo de sua realização.

Tudo isso ilustra o descaso por parte dos governos municipal, estadual e federal com a vida dos trabalhadores da educação, dos alunos e seus familiares. A partir do dia 23 as escolas no estado de São Paulo estarão fechadas, mas o governo não oferece nenhum meio aos pais para cuidar de seus filhos enquanto as escolas estiverem fechadas. Eles terão que continuar a pegar conduções lotadas para trabalhar, circunstância altamente propícia a propagação do vírus. Nenhuma garantia, como licença remunerada para os pais que não têm como quem deixar seus filhos, foi oferecida. As escolas seguem abertas durante essa semana mas continuam sem receber álcool gel ou sabonetes para sanitização. Os professores estão tendo que comprar álcool gel, quando encontram, do seu próprio bolso. A situação das trabalhadoras terceirizadas é ainda mais precária, pois elas sequer têm uma ideia clara do que vai acontecer com elas, seja no Estado ou na Prefeitura de São Paulo. Nessa última, nada oficial foi informado pela SME, mas há relatos de que sua chefia informou que deverão ficar em casa na semana que vem quando as escolas fecharem, porém não sabem se receberam seu salário ou não.

Já no caso de Estado, o secretário estadual de Educação Rossieli Soares chegou a afirmar mais cedo em videoconferência que o período sem aulas poderia ser aproveitado para que as trabalhadoras realizem serviços de limpeza pesada nas escolas. Ou seja, as trabalhadoras deverão seguir se expondo em conduções lotadas, a limpeza das escolas sem os materiais minimamente necessários para proteção e prevenção e seus filhos não terão com quem ficar. Todos esses absurdos apenas mostram que para os governos e a burguesia nossas vidas não valem nada frente a seus lucros.

Exigimos que sejam dadas garantias aos pais dos alunos cuidarem de seus filhos enquanto durar o fechamento das escolas, com afastamentos remunerados quando necessário e que todos os trabalhadores efetivos e terceirizados das escolas sejam liberados do trabalho com todos seus direitos e salários garantidos.




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