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REFORMA DA PREVIDENCIA | A Folha se une a Bolsonaro, aposentadoria de dois salários mínimos “é de rico”

A Folha e o governo Bolsonaro compartilham uma visão de mundo: são privilegiados e ricos aqueles que tem um emprego formal e registrado, e alguma estabilidade e se aposentam com dois salários mínimos. Querem que trabalhemos até morrer e passemos fome.

segunda-feira 14 de janeiro de 2019 | Edição do dia

A Folha de São Paulo se esforça em esconder seu Bolsonarismo, mas ele sempre vem à tona. Sobretudo quando toca o interesse fundamental da burguesia para seu governo: a reforma da Previdência. Em nova matéria sobre os planos de Bolsonaro de continuar e aprofundar os ataques de Temer ao direito dos trabalhadores se aposentarem ela estampa a escravagista ideia de que quem se aposenta aos 56 anos e recebendo dois salários mínimos seria “um rico”.

Um dos destaques do jornal paulista nessa segunda-feira é a matéria “Idade mínima na previdência afetará estados mais ricos”, a matéria tem um título que pareceria conduzi-la a algo que é somente pontuado na mesma, a maior concentração de aposentados por tempo de contribuição ocorre em estados onde há mais empregos formais (“portanto ricos”, nesse elogio à escravidão moderna). Em São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul ocorrem mais aposentadorias por tempo de serviço e com menos anos do que no norte e nordeste, pois há mais empregos formais e registrados. Um privilégio deve-se entender nesta mentalidade que caça aumentar a mais-valia e os anos entregues ao trabalho doméstico, à linha de produção, ao telemarketing, etc.

Na mesma toada da redação “crítica aos privilégios” dos trabalhadores a matéria cita membro do alto escalão do governo Bolsonaro dizendo “Os trabalhadores mais ricos se aposentam antes dos mais pobres e representam a maior parte do gasto”.

E quem seriam esses trabalhadores ricos segundo o governo Bolsonaro e a Folha de São Paulo, aqueles do sul e sudeste que alcançam o miserável valor médio de R$2320,95. Esse valor é metade do auxílio moradia mensal dos juízes, que já ganham salário de mais de R$ 35mil e tem aposentadoria integral, é o equivalente ao que um deputado ganha em dois dias. Os privilégios dos juízes, políticos, da cúpula das Forças Armadas não importam a Bolsonaro e as penas solícitas da Folha. Importa que alguns trabalhadores ganhem mais do que 1 salário mínimo! E mesmo assim recebam cerca de metade do que deveria ser o salário mínimo estipulado pelo DIEESE para atender ao que uma família precisa para viver.

O objetivo da Folha e de Bolsonaro com a reforma da previdência são múltiplos. Por um lado deixar intactos os verdadeiros privilegiados, não somente entre os políticos, juízes e militares, mas entre os empresários que devem R$450bilhões à previdência e jogar a conta para os trabalhadores, querem com o dinheiro da reforma aumentar a fortuna que entregam aos donos da dívida pública e, também, aumentar a taxa de lucro ao conseguirem baratear a força de trabalho que precisará trabalhar mais e mais anos.

Com matérias como estas a Folha e outros veículos de comunicação fazem sua parte para ajudar Bolsonaro a realizar esse importante ataque. A corrida para aprovação da reforma da previdência já tem data marcada, e até fevereiro, precisamos organizar nossas forças para mostrar o peso da nossa classe e impedir a aprovação desse grande ataque. Cabe às centrais sindicais convocarem em todos os locais de trabalho e estudo assembleias e comandos de base para organizar a luta, preparando uma greve geral contra a reforma da previdência.




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