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USP | A Faculdade de Educação da USP paralisou!

Ontem a Universidade de São Paulo acordou paralisada. Paralisou os serviços e aulas para se debruçar em outras tarefas, trazendo para seus trabalhadores e estudantes a responsabilidade de reverter o quadro de desmonte de sua estrutura, corpo de funcionários e docentes que coloca o horizonte de universidade pública, gratuita e voltada aos interesses da classe trabalhadora mais distante.

sexta-feira 1º de abril de 2016 | Edição do dia

São muitos funcionários doentes (nos restaurantes são 70% do corpo de funcionários!), aumento da terceirização (essa forma de trabalho desumana), precarização nas formas de contrato docente e falta deles e inúmeras dificuldades para estudar.

A Faculdade de Educação da USP deliberou em sua última assembleia aderir a este dia com o intuito de usufruí-lo ao máximo e discutir tantos assuntos da política nacional e da própria USP não mais apenas pelas redes sociais e whatsapps, mas de um jeito vivo, onde as diferentes sensibilidades e análises pudessem se confrontar para avançarmos. Mas discutir apenas não basta, temos que chegar a sínteses e decidir ações conjuntas para alterar a realidade ao entorno e construir uma força motriz ao redor que responda de fundo os problemas da vida e eles se esbarram inevitavelmente na conjuntura política e econômica nacional e até internacional.

O dia começou com um ato da Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da USP que está a mais de um mês sem professor de química, dentre outros problemas, em frente a reunião da Congregação, principal fórum de decisão das unidades. Os alunos correm o risco de não se formar e frente a isso tudo o que aquele conjunto de professores e a diretora Belmira dizem é que não é responsabilidade deles, mas sim da reitoria. Cansados desse jogo de vai e volta, pais, alunos e funcionários da EA exigiram, como mínimo, uma carta daquele colegiado se posicionando contra a falta de professores e exigindo que a reitoria abra contratações.

Após o ato, cerca de 100 pessoas passaram pelas atividades da paralisação, dentre ações conjunta a outras frentes da USP (como a comissão de creches e o almoço com funcionários, pais e filhos das creches e da demanda por vagas e ato de todas as unidades em frente a reitoria) e aquelas auto organizadas (oficina de crafts e debates). Assim, mais que aprofundarmos reflexões, destes espaços surgiu a ideia de um Comitê pela Reabertura de Vagas nas Creches da USP!

A ideia do Comitê parte da premissa que precisamos construir ações que escancarem a situação das creches, especialmente na USP, e sua relevância pro conjunto da comunidade universitária e sociedade, bem como ações que pressionem pela reabertura imediata das vagas, partindo de colocar os e as estudantes também como sujeitos e com responsabilidades nessa luta, potencializando, pela unidade a outras frentes de atuação, a luta em defesa das creches.

São muitas mulheres mães na Faculdade de Educação da USP e na universidade como um todo que precisam das vagas como premissa elementar para continuarem cursando seus estudos. Na própria FEUSP mães já desistiram de seus cursos, enfrentam dificuldades enormes todos os dias para assistir aulas com seus filhos, até já foram expulsas da sala de aula por professores. A sala de aula não é o espaço mais adequado pra criança, prejudica a qualidade dos estudos da mãe e a culpa não é delas. Parece que a reitoria está fazendo de tudo para expulsar esses setores, assim como negros e lgbts do sonho da universidade pública com todos os cortes nos mecanismos de permanência e restrições de acesso ao ensino superior, como a intransigência em discutir cotas raciais. Isso tudo só escancara o quanto a opressão faz parte da estrutura da universidade, não é mera abstração. Não aceitamos!




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