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PROFESSORES MUNICIPAIS SP | A BNCC e o silêncio traidor do SINPEEM

A nova BNCC (Base Nacional Curricular Comum) caminha à passos largos e sorrateiros para ser implementada em todo o Brasil.

quinta-feira 7 de junho de 2018 | Edição do dia

O Governo Federal faz propagandas pouco claras na TV mas ninguém nas escolas, sejam professores, trabalhadores da educação ou estudantes sabem de fato o que significam essas mudanças, porém, vindas do governo golpista de Temer, todos já desconfiam que coisa boa não deve ser. Mesmo assim, diante desse que é um dos maiores ataques à educação em décadas, os sindicatos da área da educação que deveriam esclarecer e organizar os professores para defender seus direitos, nem sequer tocam no assunto, dentre eles o SINPEEM sob a direção de Claudio Fonseca, que lidera os professores municipais de São Paulo, maior e mais rica cidade do país que será diretamente afetada pelo novo texto.

Compreender o que significa essa nova BNCC é fundamental para conseguir barrar mais esse ataque. O plano do governo é modificar profundamente a criação de mão de obra no Brasil para servir diretamente à uma reorganização dos grandes empresários internacionais que veem no Brasil uma oportunidade de retirar lucros maiores com baixo custo de produção e assim restabelecer parte de suas fortunas prejudicadas desde a crise de 2008 e que não se resolveu até hoje. Trabalhadores mais baratos e adaptáveis é o que esse novo projeto para educação visa formar com menos conteúdo de conhecimento e mais desenvolvimento de competências e habilidades.

O projeto vai seguindo a mesma linha daquilo que já foi feito por esse mesmo governo golpista através da Reforma Trabalhista. Combinados, todos esses ataques se traduzem em vida mais precária para os trabalhadores e mais lucros para a burguesia. Na educação significam uma formação menos crítica para os alunos, demissão para professores e portas abertas para a terceirização e a privatização do ensino público em vários níveis diferentes.

Diante disso, nas escolas o que se vê é que a maior parte dos professores desconhece esse perigo que se aproxima. Diferente do que diz o Governo Federal, nenhum debate é feito na comunidade escolar e o único dia de audiências públicas acontecerá amanhã (08/06) de maneira totalmente formal. Mas, que o Governo golpista faça isso,nós já poderíamos esperar, o que devemos exigir nesse momento é que nosso sindicato organize já uma forte mobilização com toda a categoria e comunidade para juntos conhecermos à fundo esse plano e possamos barrar mais essa tentativa de ataque.

Os professores municipais de São Paulo tiveram uma importante vitória esse ano contra o Sampaprev e sabem que é com mobilização e nas ruas que se barram os ataques. Mesmo estando à frente dessa categoria tão moralizada, o SIMPEEM dança conforme a música dos golpistas que, já preocupados em garantir um cenário eleitoral tranquilo diante de tanta insatisfação popular, buscam à todo custo apaziguar os conflitos no país (como ficou claro com o Lockout dos caminhoneiros onde os empresários dos transportes se aproveitaram desse desejo dos golpistas para fazer o Presidente Temer ceder em todas as suas reivindicações).

Cláudio Fonseca, ele mesmo Vereador da base aliada do ex-prefeito João Doria, segue ao mesmo tempo a cartilha de traição das grandes centrais sindicais que marcou o ano passado com o abandono das greves gerais mesmo diante da disposição dos trabalhadores e com as reformas passando uma após as outras.

Nós, professores da cidade de São Paulo, precisamos exigir que nosso sindicato rompa com o imobilismo e com o pacto eleitoralista que só beneficia os golpistas preocupados com satisfazer através das eleições os interesses da burguesia internacional. Temos que exigir que o sindicato faça isso organizando na categoria debates e a nossa defesa contra esse ataque em cada escola, com nossos companheiros de trabalho, alunos e pais. Só assim, com os trabalhadores à frente e com seus métodos comprovadamente vitoriosos, podemos barrar mais essa ameaça às nossas vidas.




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