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8 de março | 8M: no Rio de Janeiro devemos paralisar pelos direitos das mulheres e contra o pacote do Pezão e Temer

Este 8 de março é marcado pelo centenário da Revolução Russa que nos inspira na luta pela emancipação das mulheres em aliança com os trabalhadores que tomaram o céu de assalto, e se prepara uma paralisação internacional de mulheres em vários países.

Carolina CacauProfessora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe

segunda-feira 6 de março de 2017 | Edição do dia

No Rio de Janeiro não temos nada a comemorar, para nós o 8 de março é um dia de luta, pois vivemos uma realidade em que várias Jandiras seguem morrendo por abortos clandestinos, Claudias seguem sendo mortas pela violência policial racista, várias jovens de 16 anos seguem vítimas de estupros coletivos, mulheres trans são assassinadas e milhares de mulheres seguem sofrendo com a precarização do trabalho, que tem rosto de mulher negra, ocupando os postos mais precários como as terceirizadas.

Mas este 8 de março mostra que as mulheres estão se levantando internacionalmente para dizer basta de machismo e exploração, mostrando a potencialidade do movimento de mulheres com exemplos como as mulheres que Marcharam contra o Trump, Ni Una Menos na Argentina, e no Brasil cada vez mais luta pelos direitos das mulheres é parte das discussões nas escolas, universidades, locais de trabalho, na mídia.

E no Rio de Janeiro devemos ser parte deste movimento internacional paralisando em nossos locais de trabalho e estudo para lutar por nosso direitos, mas também para travar uma luta consequente contra os ataques do governo Pezão junto ao governo Temer golpista. Eles querem passar um pacote que atacará os direitos dos trabalhadores e as mulheres serão um dos setores mais atingidos, com a precarização de serviços públicos como saúde, educação e a água. Já votaram na ALERJ a privatização da CEDAE, mas a batalha não está perdida.

Por isso nós do Pão e Rosas nacionalmente estamos lutando para que o 8 de março seja um grande dia de paralisação real e efetiva nos locais de trabalho, e exigindo que as centrais sindicais, como a CUT e a CTB, estejam na linha de convocação e construção desta paralisação. Fizemos esta discussão nas reuniões de preparação dos atos do 8M pois achamos fundamental a unidade, mas também é fundamental a participação das trabalhadoras. Queremos que as mulheres sejam protagonistas mas que os homens também estejam conosco nesta luta! Pois a cada ato de machismo, cada ato de violência que ocorre entre a classe trabalhadora, é uma forma de nos dividir e enfraquecer a nossa luta. Se uma mulher avança, nenhum homem retrocede! Por isso dizemos, paremos todas e todas no 8 de Março!

E no caso do Rio de Janeiro seria fundamental que as trabalhadoras da CEDAE, professoras, estudantes, professoras e técnicas administrativas da UERJ e das universidades, assim como toda as mulheres do funcionalismo paralisassem com seus companheiros das categorias para lutar pelos direitos das mulheres e contra os ataques do Pezão, e estivessem na linha de frente do ato unificado que vai ocorrer no centro do Rio.

Mas até o momento as centrais sindicais estão se negando a convocar essas paralisações, e alguns sindicatos diretamente já votaram contra paralisar em assembleia no dia 8 de março, como o SEPE.

Nossos inimigos no Rio são o Crivella, Temer e Pezão e seus aliados deputados corruptos que juntos querem aplicar os ataques e fazer com que paguemos a conta da crise capitalista, e inclusive usam da repressão contra nós. E são os mesmos que atacam nossos direitos, quando fazem uma CPI do aborto para criminalizar as mulheres, quando não garantem o Estado laico, quando deixam milhares de trabalhadoras terceirizadas sem salários. Por isso lutamos por um movimento de mulheres aliado à classe trabalhadora, para lutarmos por nossos direitos e nossa verdadeira emancipação.

Convidamos a todas as mulheres para juntas seguirmos fazendo esta exigência as centrais sindicais e para estarem com o grupo de mulheres Pão e Rosas neste 8M para lutarmos pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito, por Nem Uma a Menos por violência machista e transfóbica, por igual trabalho, igual salário, contra a violência as mulheres negras, e contra a reforma de previdência e trabalhista e o pacote do Pezão e Temer!




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