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JUVENTUDE PRECARIZADA | 77,4% dos jovens brasileiros estão em empregos precários, aponta pesquisa

Segundo levantamento feito pelo IDados, mais de dois terços dos jovens com até 24 anos estão precarizados, com renda baixa, sem estabilidade ou garantia de direitos. São milhões de jovens imersos à força na precarização do trabalho.

segunda-feira 14 de dezembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Mauro Pimentel/AFP

No atual Brasil do governo de Bolsonaro e Mourão, os jovens representam uma massa de mão de obra precarizada e sem direitos. Uma pesquisa realizada pelo IDados revela que 77,4% dos jovens estão em empregos de “baixa qualidade”.

Na pesquisa, para um emprego ser considerado de baixa qualidade, foram levados em conta quatro aspectos: salário, estabilidade, rede de proteção (INSS, por exemplo) e condições de trabalho. Em todos estes pontos o trabalho dos jovens é completamente débil. Sendo o salário e a estabilidade, os piores deles. Cerca de 90% dos jovens possui renda inferior a 6 vezes uma cesta básica e 75% têm menos de 36 meses de tempo de trabalho.

O trabalho de “baixa qualidade”, portanto, nada mais é senão um trabalho precário. Em números absolutos, são 7,7 milhões de pessoas nessa situação. Ou ainda, a cada dez trabalhadores jovens com até 24 anos, oito se encontram em empregos precários. Os dados escancaram uma dura realidade enfrentada pela juventude, largada à informalidade e à precarização desde os governos do PT e pioradas desde o golpe de 2016, que abriu espaço para ataques ainda mais profundos como, por exemplo, a Reforma Trabalhista de 2017, a EC do Teto de Gastos e a MP do Contrato Verde-Amarelo.

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Ainda em agosto de 2020, uma pesquisa realizada também pela IDados mostrou que 40% dos jovens formados no ensino superior estavam ou em empregos precários ou no desemprego. Com essa nova pesquisa, vemos que entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, em plena crise do coronavírus, os jovens de 15 a 24 anos foram os que tiveram maior queda na renda. Entre os jovens de 15 a 19 anos, a queda foi de 34% e entre os de 20 a 24 anos, 26%.

Essa pesquisa revela em dados o que já vemos cotidianamente. São inúmeros jovens pedalando por horas trabalhando para os apps de entrega, sem direito algum, todos os dias. Ou então milhares de jovens em cabines de telemarketing, correndo o risco de pegar COVID, sem acesso a EPIs adequados e sofrendo assédio da patronal. A juventude pobre e negra é cada vez mais privada de acessar o ensino superior, que além de possuir um filtro social e racial como o vestibular, agora em meio a pandemia funciona via EAD, restringindo o acesso dos estudantes que não possuem condições materiais para isso.

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Esse é o projeto de país dos golpistas, de Bolsonaro e todos os capitalistas: fazer com que a juventude não tenha perspectiva de futuro e seja uma massa precarizada a serviço de aumentar o lucro deles. Por isso, é preciso unidade entre a juventude e toda classe trabalhadora para lutar contra nossos inimigos que querem nos fazer trabalhar até morrer e sem direitos.




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